Por que Lula tem expectativa de dias melhores na relação com o Congresso
Eleições na Câmara e no Senado mudarão o perfil dos presidentes das Casas. Apoio informal nas eleições pode arrefecer a temperatura dos últimos meses

Um otimismo crescente no governo Lula tem funcionado como força motriz dos próximos dois anos – mesmo em meio à crise das emendas, que estremeceu novamente a relação dos Três Poderes, em Brasília.
Integrantes de pastas palacianas fazem uma avaliação de que a provável eleição de Hugo Motta para a cadeira de Arthur Lira e de Davi Alcolumbre para a de Rodrigo Pacheco vai apaziguar os ânimos.
Quando Lira e Pacheco foram eleitos era pleno governo Jair Bolsonaro, o que trouxe um alinhamento dos dois – mais de Lira, é verdade – num contexto em que a extrema-direita ditava os rumos políticos e econômicos do país.
Bolsonaro deu carta branca para o presidente da Câmara em relação ao orçamento e deu no que deu – e a falta de transparência em relação ao dinheiro público enviado aos estados é apenas um dos problemas.
Tudo isso tem sido enfrentado por Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal Federal, que, após ser indicado por Lula, passou a fazer uma devassa nas emendas parlamentares.
Agora, com o apoio informal de Lula e os acertos nos bastidores para os próximos dois anos, aliados do presidente pretendem que o orçamento volte a ter mão firme do executivo. E preveem reação menos beligerante de Motta e Alcolumbre. Daí, o otimismo.
Óbvio que há quem veja mais do mesmo com os novos comandos no Congresso Nacional, principalmente diante de uma maioria de parlamentares conservadores, mas internamente no Lula-3… a conversa é outra.