O governador de São Paulo, João Doria, tinha tudo para estar aparecendo de forma mais robusta nas pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de 2022. O “pai da vacina” contra a Covid desempenhou um papel fundamental ao se levantar em favor da imunização.
Sem Doria, o Brasil não teria vacinas. O governador viabilizou a compra e produção da Coronavac em São Paulo e, se esse movimento não tivesse sido feito, o país estaria muito mais atrasado, com mais mortes e em uma situação ainda mais grave na pandemia.
Apesar disso, a última pesquisa do IPEC, divulgada na semana passada, mostra Doria com cerca de 3% das intenções de votos. Um desempenho muito abaixo do que poderia ser.
Mas, afinal, por que Doria não consegue crescer e se consolidar como um candidato possível para 2022?
O governador tem uma postura que pouco conversa com a população mais pobre. O jeito paulista e o comportamento de Doria falam muito mais com os eleitores da classe alta, segundo analistas políticos. No entanto, esse não é o maior problema. O que realmente falta para Doria é uma boa estratégia de comunicação.
Nesta quarta, 29, enquanto Luciano Hang atraía para si todos os holofotes do país com o depoimento na CPI da Covid, a equipe de Doria decidiu marcar uma coletiva para falar da vacinação em São Paulo.
Era óbvio que o evento ficaria em segundo plano enquanto a maior parte da imprensa acompanhava o encontro entre Hang e os senadores.
Durante a coletiva, o governador de São Paulo transmitiu informações importantes como o “dia V” que será realizado no próximo sábado, 2, para incentivar a população a aplicar a segunda dose. No entanto, a escolha do horário foi infeliz.
Em todas as eleições, o governador de São Paulo é sempre o candidato natural à Presidência da República. A gestão de Doria tem sido muito boa em vários aspectos, mas o grande destaque foi a sua contribuição para a imunização do país. Apesar de estar fazendo um bom trabalho, o político não consegue ganhar força entre os eleitores.
Se quer ter alguma chance em 2022, Doria precisa melhorar sua estratégia de comunicação. A polarização com Bolsonaro funcionou por um tempo, no início da pandemia, mas o governador de São Paulo vai precisar de mais táticas de marketing se quiser crescer na disputa e ocupar a cadeira de Presidente da República em 2023.