Jair Bolsonaro continua a viver seu inferno astral político.
Em dois dias, sofreu um desembarque triplo. É uma média desanimadora para um ex-presidente inelegível.
Nesta segunda, 17, o empresário Alberto Saraiva, dono de redes de restaurantes que incluem a marca Habib’s, afirmou ao UOL que não apoiaria novamente o líder de extrema direita.
Saraiva não parou por aí.
Deu “nota 10” ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e completou dizendo algo impensável no fim do ano passado: “O empresariado está em total apoio a ele”.
Enquanto o dono do Habib’s ainda vivia a repercussão de apoiar o atual governo, o colega empresário Jackson Villar da Silva, dono de loja de móveis em São Paulo, afirmou ter sido “trouxa em (ajudar)” o governo Bolsonaro.
Organizador de motociatas e de bloqueios nas estradas nos anos bolsonaristas, Jackson Villar comparou, em suas redes sociais, o preço do óleo de cozinha e do contrafilé – melhor hoje – nos dois governos. Depois, entre outros impropérios, disse que “Paulo Guedes ferrou (o Brasil)”.
“Um país como esse cheio de boi, uma plantação dessa, e o cara (Bolsonaro) tem que falar que a carne está virando produto de luxo”, afirmou Jackson Villar, lembrando entrevista antiga do ex-presidente.
Para completar a semana, a provável mudança da liderança da bancada evangélica na Câmara dos Deputados – de Eli Borges (PL-TO) para Silas Câmara (Republicanos-AM) – promete ser um golpe para o bolsonarismo no Congresso.
De linha bem menos radical, Silas tem defendido diálogo com o governo Lula em vez da oposição pela oposição, o que tem gerado ruído entre lideranças evangélicas, segundo apurou a coluna.
Todavia, isso é assunto para outra coluna, ainda que seja também sobre o enfraquecimento dia após dia de Jair Bolsonaro.