Candidatos da direita e da extrema-direita – já que disputam com unhas e dentes o eleitor de Jair Bolsonaro – em São Paulo, Ricardo Nunes e Pablo Marçal saíram chamuscados do debate UOL/Folha nesta segunda-feira, 30.
E pelo o que?
Pela forma como tratam as mulheres em suas vidas pessoais ou trajetórias políticas.
O atual prefeito Ricardo Nunes, que busca novo mandato, foi sendo acuado pelo ex-coach e – vejam vocês, leitores – por Guilherme Boulos. Tudo foi acontecendo em torno da ocorrência policial de violência doméstica que assombra o prefeito há mais de uma década.
Não se imaginava essa “dobradinha” – Boulos repudiou o termo ao fim do debate -, mas a verdade é que os dois, o esquerdista e Marçal, se juntaram em falas até sequenciais sobre o tema.
Ao fim, ficou visível que Nunes estava incomodado e não sabia como reagir aos ataques dos dois concorrentes à vaga política na prefeitura mais cobiçada da América Latina.
Quando se achava que o derrotado era o candidato da situação, o próprio Pablo Marçal solta uma inaceitável declaração misógina, como se pode ler abaixo.
“Mulher não vota em mulher porque é inteligente, tem sabedoria, tem experiência. Ela olha pra você e vê você sempre nesse embate, não vai votar em você”.
O ex-coach explicou depois que queria dizer outra coisa: se todas as mulheres votassem em uma mulher, a candidata Tabata Amaral estaria eleita, já que a maioria do eleitorado é feminino.
Bem, se era essa a idiotice que Marçal queria dizer, por que não conseguiu? Ele que se vende como um comunicador nato, garantindo que ganharia até no primeiro turno, tem a rejeição mais alta, inclusive entre as mulheres.
Bem pontuado nas pesquisas, parece ter batido no teto justamente por essa rejeição. Agora, tenta fazer crescer a de Nunes para chegar ao segundo turno contra Boulos.
O problema é um só: a eleição acontece daqui a seis dias. E o relógio parece passar cada vez mais rápido.