Recém-chegada na campanha de Lula, Simone Tebet fez um disparo durante a primeira etapa da disputa que pode acertar em cheio o presidente Jair Bolsonaro nessa trajetória até o segundo turno. Um vídeo da senadora durante participação no FlowPodcast, no dia 18 de agosto, voltou a ser compartilhado nas redes e tem potencial para atrapalhar os planos do atual presidente.
Durante a conversa, a senadora criticou o orçamento secreto e sugeriu que o Brasil pode estar diante do maior esquema de corrupção do planeta. “Quando acabarem as eleições, podemos estar diante do maior esquema de corrupção do planeta terra”, alertou a então candidata.
O primeiro turno passou, Simone teve quase 5 milhões de votos e já manifestou seu apoio a Lula. Mas, antes de tudo isso, sem nem saber qual seria o desfecho da eleição, a senadora já estava ajudando indiretamente o PT.
Ao falar do orçamento secreto, viabilizado no atual governo, ela toca numa ferida do presidente Jair Bolsonaro e entra no tema “corrupção”, assunto onde o PT ainda tem dificuldades de entrar.
“Há denúncias de uma cidade do interiorzinho do Maranhão, com pouco mais de 20 mil habitantes, que fez mais exames de HIV do que toda a cidade de São Paulo, com 12 milhões de habitantes. Tem uma cidade que diz que extraiu, em um único ano, 540 mil dentes, significa ter tirado 14 dentes de cada boca, de cada cidadão da cidade, inclusive do bebê recém-nascido, que não tem nenhum dente. Então, posso estar falando de uma nota fria. (…) Não estou falando daquela coisa de levar 10% não, estou falando de uma nota inteira”, afirma Tebet.
Como a coluna mostrou, Lula errou no debate realizado pela Band no final de agosto porque não atacou Bolsonaro como deveria em relação aos escândalos de corrupção revelados no governo. Tanto o ex-presidente como o seu partido ainda escorregam para falar sobre o tema. E Bolsonaro faz questão de dizer que não tem corrupção em sua gestão ignorando absurdos como o próprio orçamento secreto e o escândalo do MEC.
Sem saber, Tebet já estava ajudando Lula. Falar de corrupção é fundamental nessa segunda etapa da disputa e o comportamento da senadora em relação a isso pode fazer a diferença para os eleitores que a escolheram no dia 2. Embora a pesquisa Quaest mostre que a maior parte dos votos de Tebet vai para Bolsonaro, se a senadora decidir bater novamente nessa tecla, esse cenário pode mudar.