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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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O que o Brasil conquistou na presidência do G20?

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 nov 2024, 10h26 - Publicado em 20 nov 2024, 09h58
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  • O Brasil assumiu a presidência do G20 com grandes desafios à sua frente e saiu fortalecido, consolidando conquistas marcantes que colocaram o país no centro das discussões internacionais. Entre elas, a criação da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, compromissos ambientais e avanços na diplomacia multilateral.

    Lula destacou no início da cúpula que o mundo vive hoje um cenário pior do que há 16 anos, quando participou da primeira reunião do G20. Ele apontou que conflitos armados atingiram o maior número desde a Segunda Guerra Mundial, com 117 milhões de deslocados, e que as desigualdades sociais, raciais e de gênero foram agravadas pela pandemia. Para enfrentar essa realidade, o Brasil apostou em uma diplomacia pragmática, isolando temas sensíveis, como os conflitos em Gaza e na Ucrânia, e focando em áreas de consenso como o combate à fome e à pobreza.

    Um dos desafios diplomáticos enfrentados foi a postura do presidente argentino Javier Milei. Inicialmente contrário à aliança contra a fome, Milei rejeitou o papel do Estado em iniciativas globais e questionou temas como regulação de redes sociais e igualdade de gênero. Apesar de buscar protagonismo com declarações alinhadas ao discurso conservador global, ele acabou isolado.

    Pressionado, cedeu em pontos fundamentais e assinou o acordo, embora tenha tentado suavizar termos como “taxação de super-ricos”. Ponto positivo neste episódio foi a habilidade do Itamaraty em manter o foco e evitar retrocessos para o sucesso das negociações.

    O Brasil inovou ao separar discussões mais polarizantes do comunicado principal. Essa estratégia permitiu que o grupo alcançasse acordos ministeriais setoriais, algo que não havia sido possível nas presidências anteriores da Índia e Indonésia. Mesmo quando pressionado pelo G7 para reabrir negociações, o Itamaraty manteve firmeza, limitando as alterações a termos como “infraestrutura” e menções específicas à Rússia. Essa abordagem pragmática garantiu que as negociações seguissem alinhadas aos interesses brasileiros e globais.

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    Além do combate à fome, a presidência brasileira avançou em compromissos relacionados às mudanças climáticas e à preservação ambiental. A criação de forças-tarefa para emergências climáticas e o destaque dado às florestas tropicais reforçaram o papel do Brasil como líder na agenda sustentável.

    A presidência brasileira no G20 consolidou não apenas acordos, mas também uma abordagem diplomática que une pragmatismo e visão global. Ao priorizar ações concretas, como a aliança contra a fome, e superar divisões geopolíticas, o Brasil reafirmou sua relevância em um momento de crises profundas. A habilidade de lidar com desafios internos e externos deixou um legado que servirá de modelo para futuras lideranças do G20.

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