O presidente Jair Bolsonaro deu uma guinada de 180 graus no caso Milton Ribeiro, seu ex-ministro da Educação que foi preso na semana passada pela Polícia Federal.
Enquanto no primeiro dia decidiu se afastar completamente do pastor evangélico – epicentro de um balcão de negócios no Ministério da Educação para liberação de verbas milionárias do FNDE -, agora resolveu se colocar como escudo.
Vejam o que disse o presidente no dia da prisão, 22 de junho:
“Se tem prisão, é PF, é sinal que a PF está agindo. Que ele responda pelos atos dele”.
Agora leiam o que afirmou Bolsonaro neste domingo 27, cinco dias depois:
“O Ministério Público foi contra a prisão do Milton. Não tinha mínimo indício de corrupção por parte dele e no meu entender ele foi preso injustamente”
A mudança de rumo se deve a um fator – e a um fator, somente – segundo informado à coluna por assessores: o presidente quer evitar uma escalada do caso, mostrando lealdade aos correligionários – especialmente os evangélicos que mantém a esperança dele ir ao segundo turno das eleições contra Lula.
O próprio presidente se viu arrastado pelo escândalo ao ver, neste fim de semana, a suspeita de interferência na investigação ser revelada pela imprensa. Outro motivo, na avaliação desses assessores, para Bolsonaro não se afastar dos aliados agora.