O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, Arthur Maia, retirou da pauta da comissão todas as convocações e quebras de sigilos de oficiais de alta patente das Forças Armadas. Isso aconteceu nas últimas 24 horas.
Nesse mesmo período, Arthur Maia se encontrou com a cúpula militar do Exército no QG central, em Brasília.
Uma baita coincidência? Não.
Na avaliação de governistas da CPI ouvidos pela coluna, Arthur Maia fechou um acordo e garantiu blindagem máxima a integrantes da caserna. Mais um membro do poder civil que se submete aos militares no Brasil.
Entre os requerimentos que foram retirados da pauta estão a quebra do sigilo do general da reserva Lorena Cid – pai de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro que está preso por uma série de crimes.
Mas não foi só o requerimento dele que desapareceu da Comissão.
Outro general da reserva – Paulo Sérgio Nogueira, que foi ministro da Defesa do líder da extrema-direita brasileira – também viu sumir os convocação e quebra de sigilo.
O mesmo aconteceu com o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que chefiava o Comando Militar do Planalto (CMP) no dia em que aconteceram os atos golpistas que destruíram a sede dos Três Poderes.
Nomeado por Bolsonaro para o cargo em fevereiro de 2022, o general saiu do posto ao perder a confiança de Lula, chefe supremo das Forças Armadas.
É ou não é um movimento contrário ao próprio escopo da CPI?