A classe média é definidora numa eleição presidencial. Lula, aliás, foi o primeiro presidente a ganhar as eleições apenas com votos da população na faixa de 0 a 2 salários mínimos. Por isso, o pleito foi tão apertado – 51% contra 49% de Bolsonaro, se arredondarmos os números.
Pois bem.
Nesse contexto arriscado – que o PT almeja não repetir de jeito nenhum em 2026 -, Lula resolveu agir. E logo. Conquistar a classe média hoje, ainda mais com o partido indo tão bem entre os mais pobres, é a “equação da vitória”, para dirigentes do partido.
Por isso, o presidente da República anunciou que quer ampliar o programa Minha Casa, Minha Vida para famílias de classe média, que ganham até R$ 12 mil.
“Nós precisamos fazer não apenas o Minha Casa, Minha Vida para as pessoas mais pobres. Precisamos fazer o Minha Casa, Minha Vida para a classe média. O cara que ganha R$ 10 mil, R$ 12 mil, R$ 8 mil também quer ter uma casa e uma casa melhor”, afirmou na estreia de sua live semanal chamada de Conversa com o Presidente.
Miolo da sociedade, a chamada “classe média” – ou o contingente na faixa de 2 a 5 a salários mínimos – é de 33% hoje no Brasil. “Do ponto de vista da renda essa faixa fica no meio caminho entre perto da metade da população e aquele um quinto com renda mais alta”, explica o cientista político Antônio Lavareda.
O conceito sociológico é mais amplo, mas o que está em jogo é a aprovação dos eleitores. Na mesma live, Lula também colocou a atenção no programa do governo federal que quer baratear o preço de “carros populares”, mas que pode durar menos que o previsto.
Não se sabe se surtirá o efeito desejado, mas esse sempre foi o objetivo do presidente Lula: governar para todos. Por isso, terminou o seu primeiro mandato com 80% de aprovação. E fez o quê? A sucessora.
É o que está por trás dos novos movimentos políticos do petista.