Ovacionado por eurodeputados da Conferência de Alto Nível da América Latina, Lula, líder das pesquisas de intenção de voto para 2022 no Brasil, está em alta.
Já o presidente Jair Bolsonaro, que amarga a queda da popularidade e não consegue nem organizar um partido Brasil ou entender como funcionam as coligações regionais, está em baixa.
Se pensarmos em esquerda e direita, como disse Lula em seu belo discurso na Europa – o ex-presidente falou em esperança, em livros e não em armas – entenderemos que o mundo parece estar mudando de viés novamente.
“Não nasci otimista – aprendi a ser. Por que vi em vários momentos da minha vida o quanto um ser humano é capaz de realizar, e o quanto um povo é capaz de construir, quando existe força de vontade e geração de oportunidades”, disse Lula.
Em seguida deu o exemplo do próprio Parlamento europeu. Disse que estava ali “reunido com representantes de países que em meados do século XX eram inimigos ferozes no campo de batalha, numa das maiores carnificinas da História”.
E acrescentou: “Vocês e seus países teriam, portanto, razões para se odiarem uns aos outros. No entanto, são protagonistas de uma das mais extraordinárias experiências da história moderna, que foi a construção da União Europeia”.
A fala do ex-presidente foi inspiradora. A realidade hoje é que o candidato mais importante da oposição brasileira foi aplaudido de pé pela plateia na Europa enquanto Jair Bolsonaro cometia mais uma gafe “Invest in Brasil Forum”, em Dubai.
“Os ataques que o Brasil sofre quando se fala na Amazônia não são justos. Lá, mais de 90% daquela área está preservada, está exatamente igual quando foi descoberto no ano de 1500”, afirmou o presidente, mentindo descaradamente.
Todo governante mente, mas Bolsonaro mente o tempo todo. Os números mostram que a Amazônia arde, em chamas, e que o governo dele, Bolsonaro, que incentiva infratores contumazes, é responsável pelo aumento do desmatamento da floresta que precisa estar de pé para que as futuras gerações sobrevivam.
Como tuitou o biólogo Tasso Azevedo, “a área de desmatamento detectado pelo INPE desde que Jair Bolsonaro tomou posse é mais do que o dobro do Catar, a cada dois dias a área desmatada equivale a uma Dubai, onde o presidente proferiu a pérola”.
Na política, as coisas mudam rapidamente. E há um longo caminho para 2022. Mas o retrato de hoje é o de uma esquerda se fortalecendo no mundo, incluindo no Brasil, e a extrema direita caindo em desgraça. Ou um Lula x Bolsonaro que poderá, sim, terminar em goleada.