A uma semana do início da pré-campanha eleitoral, Lula e Jair Bolsonaro trocaram farpas em capitais diferentes, mas nas quais tentam manter acesa a polarização nacional através de apoio a aliados para a corrida municipal.
O atual presidente foi ao Rio de Janeiro – uma das 20 cidades em que viajou para ajudar correligionários neste ano – e usou o palanque de Eduardo Paes para soltar a seguinte frase sobre o antecessor.
“O país foi abandonado. Governar não é mentir, não é falar, é fazer. O povo mais humilde só é lembrado pelas pessoas na época da eleição. Aí todo mundo gosta de pobre e fala mal de banqueiro. Depois que ganha a eleição, começo a andar de Jet Ski”, disse Lula mirando Bolsonaro.
No mesmo domingo, 30, a 3.182 quilômetros dali, o ex-presidente inelegível gritava contra o petista-mor em um carro de som. A cidade é Belém, no Pará, onde o deputado Éder Mauro, delegado bolsonarista que acredita em “santinhos” e é testemunha do “milagre” da multiplicação de suas fazendas, quer ser eleito prefeito.
“Não foram vocês que me tiraram [da presidência]. Foi o sistema. Mas nós vamos vencer o sistema. Recebo carinho em todo lugar do Brasil. Apesar das perseguições e ameaças, […] prefiro estar ao lado do povo que nunca me abandonou. [Lula] é um presidente sem povo, nem o nordestino engole este cara”, afirmou Bolsonaro mirando Lula.
Os dois prometem continuar a viajar o Brasil em busca de tentar aumentar as prefeituras do PT e do PL, ou de partidos como o MDB e o PP.
O Partido dos Trabalhadores, que já teve 650 prefeituras, vem numa decrescente. Saiu de 254, em 2016, para 183, em 2020. Já o PL, que tinha 297 em 2016, subiu para 345. O Movimento Democrático Brasileiro e o Partido Progressista lideram o ranking com 784 e 685.