O presidente Lula afirmou, em entrevista ao UOL nesta quarta-feira, 26, que é necessário saber se o país precisa efetivamente cortar gastos para melhorar o equilíbrio fiscal.
A fala não bateu bem no mercado financeiro, que reagiu da mesma forma de sempre.
A bolsa despencou e o dólar subiu. Tudo pela impressão de que o mandatário petista está sinalizando que não cortará gastos e pode aumentar os impostos (essa segunda parte não tem muito sentido).
Não é a primeira vez que o presidente faz declarações do tipo. Recentemente, Lula afirmou que o corte de gastos tem que acontecer pelo aumento do crescimento e da queda dos juros.
Toda vez que o petista faz essas declarações o mercado reage da mesma forma que hoje.
Ocorre que especificamente nesta quarta, 26, o dia já estava ruim por fatores externos. Diretores do Banco Central americano indicaram que os juros nos EUA vão demorar mais que o esperado para cair (isso acontece há mais de um ano).
Com essas declarações desses diretores do BC estadunidense o dólar já estava em alta no Brasil. Lula somente deu mais um empurrão e pronto. O que aconteceu? O quadro que o próprio presidente não gosta ganhou ainda mais força.
Quando o dólar sobe empurra a inflação e quando impulsiona a inflação… fica mais difícil derrubar os juros, entendeu leitor? Então cria-se um círculo vicioso que o próprio mandatário reclama.
Lula passou a semana passada inteira reclamando de Roberto Campos Neto, presidente do BC aqui no Brasil, e perdeu. A ver se sairá ganhando ou perdendo nesta semana também deixando dúvida sobre os corte de gastos.