As declarações infelizes sobre a cidade de Brasília e o erro político de Rui Costa, o ministro-chefe da Casa Civil, não se resolveram com o pedido de desculpas aos moradores da capital.
Primeiro porque o chefe do “time de Lula” não soube nem se desculpar direito a uma cidade que hoje comporta desde a sede dos Três Poderes até a maior favela do Brasil.
Segundo, porque o político colocou a culpa nos outros em vez de assumir sua total responsabilidade por dizer, entre outras coisas, que a cidade é uma “ilha da fantasia”.
É importante relembrar o caso, diante do atual momento do governo Lula.
“Eu chamo aquilo [Brasília] de ilha da fantasia. Aquele negócio de colocar a capital longe da vida das pessoas, na minha opinião, fez muito mal ao Brasil. Era melhor ter ficado no Rio de Janeiro ou ter ido para São Paulo, Minas ou para a Bahia”, disse.
“[Tudo] para que quem fosse entrar num prédio daquele ou na Câmara dos Deputados ou no Senado, passasse antes numa favela, debaixo de um viaduto, com gente pedindo comida, com gente desempregada”, completou.
Seis dias depois, sendo criticado por políticos de direita e da esquerda, Rui Costa afirmou que “não [foi] feliz nas [suas] palavras”. Isso, segundo ele, “permitiu que alguns transformassem a minha declaração em um ataque à cidade ou ao seu povo”.
Como vocês podem ver, leitores, o mais importante ministro de Lula arrumou uma desculpa não muito salomônica, não muito sábia.
Na estrutura do Executivo federal brasileiro, o ministro-chefe da Casa Civil é comparável a um primeiro-ministro em outros países.
Mas aqui, aparentemente, o ocupante do posto não compreende nem a amplitude de capital. Talvez seja por isso que a articulação política esteja tão capenga nos últimos meses…