Completa um ano, nesta quinta-feira, 18, do dia em que o conselheiro do presidente Jair Bolsonaro para assuntos sanitários, deputado Osmar Terra, previu menos de duas mortes por dia no Brasil em consequência da pandemia do coronavírus.
“A Gripe suína, H1N1, matou 2 pessoas a cada dia no Brasil em 2019. Este número, deve ser maior que as mortes que acontecerão pelo coronavírus aqui. E não se parou o país nem se destruiu a economia, como está acontecendo agora. É o fato e a versão do fato!”, afirmou Osmar Terra, no dia 18 de março de 2020.
Naquele momento, Bolsonaro divergia do seu então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que seguia os protocolos da Organização Mundial de Saúde (OMS) para combater a Covid-19, e procurava aliados para piorar a crise sanitária no país.
Vinte e nove dias depois, Mandetta seria demitido e Nelson Teich assumiria, perdendo o cargo após um mês. Depois disso, o general Eduardo Pazuello pegou o bastão (interinamente) da Saúde com a ideia fixa do uso da cloroquina no combate ao vírus, mas sempre contra o lockdown.
Dez meses depois, o militar acabou fritado e “demitido” (o ato ainda não foi oficializado) para a indicação do cardiologista Marcelo Queiroga. E o novo ministro quer dar “continuidade” à gestão de Pazuello, quando 3 mil brasileiros morrem por dia.
Osmar Terra, que sempre foi conselheiro e quase virou ministro da Saúde, nunca esteve sozinho nos devaneios em relação à pandemia e na marcha negacionista. O grupelho não é grupelho, é grande.
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