Um dos destaques da edição do The New York Times desta quarta-feira, 10, é uma reportagem sobre o governo Jair Bolsonaro, na qual o jornal detalha o que resumiu como “ameaças de golpe que abalam o Brasil com o aumento das mortes por vírus”. A matéria traz informações sobre declarações golpistas de integrantes do bolsonarismo, diz que os investidores estão fugindo do país e faz uma crítica às declarações do presidente favoráveis à intervenção militar.
“As mortes diárias por coronavírus no Brasil são agora as mais altas do mundo. Os investidores estão fugindo. E o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados estão sob investigação. Em resposta ao caos, Bolsonaro está aumentando a perspectiva de intervenção militar para proteger seu controle do poder – uma perspectiva ameaçadora para um país que estava sob ditadura militar nos anos 80”, diz o The New York Times nos dois primeiros parágrafos da matéria.
ASSINE VEJA
Clique e AssineApesar de afirmar que a possibilidade de uma intervenção é improvável, o jornal mais respeitado do mundo lembra declarações de um dos filhos do presidente, Eduardo Bolsonaro, que afirmou não ser mais uma questão de se, mas quando acontecerá uma “ruptura democrática”. Também cita a nota do ministro do Gabinete Institucional, Augusto Heleno, sobre ”consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional” depois de decisão do Supremo Tribunal Federal contrária ao governo.
“Mas longe de denunciar a ideia [da intervenção], o círculo interno do presidente Jair Bolsonaro parece estar clamando para que os militares entrem na briga”, afirma o jornal. A matéria ainda descreve a administração bolsonarista como um governo acuado pela trágica gestão da crise gerada pela pandemia do coronavírus, assim como por investigações relacionadas à família do presidente e a apoiadores que envolvem crimes como abuso de poder, corrupção e disseminação ilegal de informações inverídicas.