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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Lula revelou sua grande diferença em relação a Bolsonaro

Discurso do presidente eleito foi considerado muito ruim, e não apenas pelo mercado financeiro. Mas olhe por outro lado suas declarações...

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 nov 2022, 20h25 - Publicado em 10 nov 2022, 16h55

Nesta quinta, 10, o discurso de Lula encantou muitos, mas estressou não só o mercado, com queda forte da bolsa e disparada do dólar. Isso serve de aviso: o petista precisa sim fazer um esforço para se comunicar melhor com os agentes econômicos.

Porém o ponto que encantou parte do país é ter de novo um presidente capaz de se emocionar com a fome que atinge milhões de brasileiros. Ele tem absoluta razão, o Brasil vive uma situação de pobreza grave. E isso é inadmissível sob todos os pontos de vista.

O Brasil empobreceu, aumentou o número de pessoas em insegurança alimentar, famílias disputam ossos que sobram dos açougues, crianças dividem ovo na merenda escolar ou se contentam com bolachas. O pobre não encontra remédio na Farmácia Popular, nem aqueles de uso contínuo.

Lula está olhando a questão social e foi para isso que ele foi eleito. No entanto, o petista precisa ser mais claro na definição de como lidar com a equação econômica de um  país que fecha no vermelho todos os anos e está com a dívida em 80% do PIB.

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Dependendo do caminho escolhido, os efeitos acabarão elevando a inflação, o que também impacta os pobres. Por isso, o presidente eleito precisa encontrar o tom.

O equilíbrio de Lula é fazer uma definição do caminho para a política econômica, mas também manter a capacidade de se emocionar com o sofrimento alheio.

Estamos quase no fim de um governo em que o presidente alegava que a fome não existia. Bolsonaro negou todas as dores. Das mortes da Covid-19 ao aumento da pobreza. Nesse fim, dizia que no Brasil ninguém passa fome.

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O choro de Lula é um choque de realidade. Sim, infelizmente, o Brasil tem milhões de pessoas que não têm como se alimentar todos os dias, e o presidente eleito levou esse problema para o centro da sua administração.

Os economistas saberão encontrar soluções técnicas para as contas públicas que não impliquem abandonar o projeto civilizatório de acabar com a fome. O que não tem solução alguma é um presidente como Bolsonaro que desconhece o problema, por negacionismo crônico ou falta de solidariedade. Essa é a diferença entre Lula e Bolsonaro. 

Um chora pelo problema e o outro nega que o maior o problema exista. O que vocês preferem?

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