Cloroquina. Essa foi a palavra que atravessou um ano e dois meses desta pandemia do coronavírus. E já é a palavra mais balbuciada na CPI da Covid. Todo o trabalho da defesa dos governistas é relacionado à cloroquina. E a cloroquina, como disse o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, como disse o ex-ministro Nelson Teich, é um perigo. Eles não recomendam.
Contudo, desde o começo, desde antes dos primeiros momentos desta pandemia, estava presente a tal da cloroquina. Aqui neste espaço, registramos em nota o começo do problema, quando a coluna revelou que o Exército estava aumentando a fabricação do medicamento: “produção em massa de cloroquina pelo Exército ajudou a derrubar Teich”. Depois, o início do gasto: meio milhão.
Parecia pouco, mas era o começo, era o fio da meada. Daí por diante, o Exército produziu muito mais, brigou, importou, impôs, fez propaganda, e levantou a caixinha obsessivamente como remédio contra a Covid-19. Isso, contra todas as evidências, os documentos, os estudos e as orientações dos médicos do mundo inteiro. E da própria Organização Mundial de Saúde (OMS).
Os dois ex-ministros que já depuseram na CPI admitem que o medicamento teve alguma influência na saída deles do governo Jair Bolsonaro. Por isso que a estratégia do governo será defender, de forma insistente e em todas as sessões, o uso da cloroquina. A expectativa, nesta quinta-feira, 6, é a de que o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, releve a utilização do fármaco. Cloroquina. Cloroquina. Cloroquina.