Bolsonaro sabe que o cerco se fecha, mas vai insistir em uma estratégia
Ou... por que o caminho do ex-presidente está cada vez mais estreito!
O ex-presidente Jair Bolsonaro vai continuar repetindo que está sendo perseguido por investigações da Polícia Federal. É uma conhecida estratégia política usada por ele para manter o bolsonarismo vivo.
Mas a narrativa fica cada vez mais frágil à medida em que as informações têm se tornado pública – e isso inclui os robustos depoimentos do general Marco Antônio Freire Gomes e do tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior.
Os dois agregaram fatos e eventos concretos à investigação sobre a tentativa de golpe de estado ou abolição do estado democrático de direito.
O líder da extrema-direita brasileira, por exemplo, sempre fez declarações astuciosas em relação às Forças Armadas, colocando-os como subserviente a ele, pessoa física – como se elas fossem um braço armado. Ou, por que não dizer, milícia.
“O meu Exército, minha Marinha, minha Aeronáutica”, chegou a bradar algumas vezes da presidência. Para o bem do país, o tempo passou. E ao menos dois dos três comandantes responderam de forma correta ao indevido uso político dessas instituições.
Em depoimento, o ex-comandante do Exército (que não era de Bolsonaro) disse para a Polícia Federal que o ex-presidente fez sucessivas tentativas de coopta-lo para uma conspiração inconstitucional contra a democracia.
Depois, o ex-presidente, que também chamou a Aeronáutica de sua, viu o brigadeiro Baptista Júnior acrescentar que presenciou uma das conversas na qual Freire Gomes diz, inclusive, que poderia dar ordem de prisão a Bolsonaro por sua tramoia golpista.
Obviamente que o líder da extrema-direita vai ignorar esses fatos porque precisa continuar com a sua versão de perseguido, numa clara distorção dos fatos para apresentar ao seu eleitorado.
Recentemente, inclusive, repetiu a estratégia. Afirmou que toda a perseguição da PF acontece agora porque ele não é apenas uma pedra, mas um paralelepípedo no sapato da esquerda.
Bolsonaro vai continuar com o método, mas sabe que o caminho está cada vez mais estreito. Ainda mais com o Exército e a Aeronáutica mostrando que não estavam totalmente contaminados.
No momento mais importante, não eram dele. Mas do país.