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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Bolsonaro estatizou o posto Ipiranga

Paulo Guedes resolveu fazer tudo ao contrário do que aprendeu no liberalismo

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 jun 2022, 10h05 - Publicado em 13 jun 2022, 14h00
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  • (FILES) In this file picture taken on October 11, 2019 Brazil's Economy Minister Paulo Guedes (L) speaks with Brazilian President Jair Bolsonaro during the ceremony marking the assembly of the parts of Brazil's new Navy submarine Humaita (SBR-2), at the Itaguai Navy Complex in Rio de Janeiro, Brazil. - Guedes, the powerful free-market guru to far-right President Jair Bolsonaro, said on August 11, 2020 that two of his top deputies had resigned in a "stampede." The minister is battling to steer Brazil back toward an agenda of austerity and privatizations -- no easy task during a pandemic that has hammered the country and forced the government into months of emergency spending. Guedes has now lost eight top aides since Bolsonaro took office in January 2019, nearly half his original team. (Photo by Mauro PIMENTEL / AFP)
    O ministro da economia, Paulo Guedes, e o presidente da República, Jair Bolsonaro - (Mauro Pimentel/AFP)

    O presidente Jair Bolsonaro coloca tanto cabresto em seus assessores do primeiro escalão que conseguiu estatizar o seu famoso “posto Ipiranga”.

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, aluno da ultraliberal escola de Chicago, mudou completamente sua postura durante os últimos anos e agora tenta emplacar estratégias populistas que devem estar fazendo seus colegas liberais tremerem.

    É preciso lembrar que Guedes passou sua carreira dizendo que era o mais liberal dos economistas brasileiros. Como seguidor da Escola de Chicago e aprendiz de Milton Friedman, um dos mais importantes e influentes economistas do século XX, transformou-se no defensor do ultraliberalismo.

    Agora, às vésperas de uma eleição que promete ser a mais polarizada da história, o ministro sugere a ideia de controle de preços, algo totalmente alheio ao mundo do liberalismo.

    Na economia liberal, os preços são organizados pela mão invisível do mercado, ou seja, há a competição e um competidor faz com que o outro não suba tanto os seus preços, sob o risco de perda de mercado. Essa é a ideia básica do liberalismo.

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    Na contramão disso, o governo Bolsonaro, através de Guedes, pediu na última semana que empresários do setor de supermercados congelem seus preços.

    “Nova tabela de preços só em 2023. Travem os preços”, disse Paulo Guedes. Usar a palavra “tabela” já é, por si só, o oposto do que a escola liberal defende. A tabela, para o liberal, é o próprio anticristo. Além de usar esse termo, Guedes ainda sugeriu que segurem a tabela até 2023 – pedido claramente eleitoreiro.

    Contudo, essa é apenas a cena final do filme que o ministro da Economia “estrelou”.

    A cena inicial é aquela com Paulo Guedes indo trabalhar para Bolsonaro ainda em 2018, afirmando que colocaria ideias liberais nas visões conservadoras do então candidato à presidência.

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    Conservador nos costumes e liberal na economia – foi o que eles disseram e venderam para o Brasil. A confiança era tanta que Guedes se tornou então o “posto Ipiranga” de Bolsonaro.

    Neste momento, presenciamos o fim do posto Ipiranga liberal. Guedes foi estatizado e agora grita o maior temor do liberalismo: congelamento de preços.

    A questão dos preços é só um dos sinais da estatização do ministro. Demissões dentro da presidência da Petrobras, com nomes indicados por Guedes, têm tudo a ver com a vontade do governo de também controlar os preços dos combustíveis.

    A ideia de interferir no caixa dos Estados pra reduzir o preço da gasolina também não combina com o liberalismo que o ministro da Economia diz defender.

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    A situação é ridícula e o pouco que restava de liberalismo no governo já foi por água abaixo. Até outubro, ainda vamos ver outras estratégias populistas surgindo por aí. Tudo isso porque Bolsonaro não conseguiu fazer o que deveria nos últimos três anos e agora tenta se salvar a todo custo – mas com seu posto Ipiranga nessa nova versão estatizante.

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