Augusto Aras é carta fora do baralho, segundo apurou a coluna com dois auxiliares do presidente da República. Mesmo assim, continua em campanha para permanecer na Procuradoria-Geral da República, e Lula avisa que ainda está longe da decisão sobre o novo nome.
O petista afirmou, em sua live semanal, que não escolherá por agora quem o substituirá Aras na PGR. No mês que vem termina o mandado dele à frente do Ministério Público Federal.
“Vou escolher no momento certo, na hora certa, vou ouvir muita gente. Vou discutir se é homem, se é mulher, se é preto, se é branco, tudo isso é um problema meu, que tá dentro da minha cabeça. E quando eu tiver um nome, eu indico, simples assim”, disse o presidente da República.
Augusto Aras está em campanha para ser reconduzido ao cargo. Para isso, tem usado constantemente sua atuação contra a operação Lava Jato, que prendeu e cometeu abusos justamente contra Lula.
Nesse aspecto, o do antilavajatismo, Aras é considerado um bom candidato. Mas só nesse. Lula, até agora, não topou a ideia de enfrentar o desgaste político de manter um PGR tão ligado a Jair Bolsonaro.
Recentemente, em sua busca por permanecer no cargo de PGR e se tornar um candidato viável, o procurador-geral sinalizou mudança até na sua posição sobre atos abusivos e irresponsáveis do ex-presidente na pandemia.
Depois de ter arquivado ou sentado em cima de todas as denúncias que foram feitas à PGR e pela CPI da Covid, depois de ter ignorado todo o comportamento abusivo do ex-presidente, Aras agora diz que acredita haver “fatos novos” para investigar o líder da extrema-direita.
Enquanto isso, Lula completou na live: ”Vou escolher com mais critério, com mais pente fino para não cometer um erro. Não quero escolher alguém que seja amigo do Lula. Eu quero escolher alguém que seja amigo deste país, alguém que goste desse país, alguém que não faça denúncia falsa”.
O melhor critério é que seja um ou uma PGR amigo da Constituição, e do papel institucional do Ministério Público.