Lula é um presidente que adora manchar sua biografia – construída desde a década de 1970 em sólidas bases democráticas – defendendo o horror e as mazelas do regime chavista.
Não deveria!
Chávez e Maduro sempre tiveram um comportamento indefensável.
Há 20 anos, quando Lula governou o país pela primeira vez, o mundo era outro, assim como o histórico do regime, que ainda engatinhava na destruição dos fundamentos democráticos venezuelanos.
Não é uma justificativa, mas explica muita coisa.
Agora, vinte anos depois, quando o mundo sabe que Maduro persegue e tortura opositores, rasga a constituição e se perpetua no poder através da mentira e da violência, chegou a hora de um basta.
Mas Lula parece não conseguir se soltar do personagem que criou para ele mesmo quando se aproxima dos ditadores venezuelanos.
Por Nicolás Maduro, tratou como relativo o que nunca deveria ter relativizado: o absoluto valor da democracia que o levou de volta ao poder.
“A Venezuela tem mais eleições do que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim”, disse em maio.
Agora, quando o mundo e a maioria do povo venezuelano pede o fim do regime, o presidente brasileiro comete mais uma vez o erro de colocar a culpa na imprensa. E, pior: diz não ter nada de anormal naquilo que todos sabemos que é.
“Vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a terceira guerra mundial. Não tem nada de anormal”. É o começo da normalização da nova fraude eleitoral de Maduro. Um lugar que Lula não precisava e não deveria estar.