Mais uma vez, Alexandre de Moraes fez um grande favor ao Brasil e aos brasileiros. A decisão de indeferir o pedido absurdo do PL para anular os votos de algumas urnas eletrônicas no segundo turno veio junto com uma punição ao partido do presidente Jair Bolsonaro.
De forma categórica, Moraes afirma que houve “litigância de má-fé”, multou o PL em 22,9 milhões de reais e ainda determinou instauração de procedimento administrativo e apuração de responsabilidade de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, e Carlos César Moretzsohn Rocha, presidente do instituto Voto Legal, que embasou o pedido golpista.
“Os argumentos da requerente, portanto, são absolutamente falsos, pois é totalmente possível a rastreabilidade das urnas eletrônicas de modelos antigos”, respondeu Alexandre de Moraes para depois dizer que se trata de “total má-fé da requerente em seu esdrúxulo e ilícito pedido, ostensivamente atentatório ao Estado democrático de Direito e realizado de maneira inconsequente com a finalidade de incentivar movimentos criminosos e antidemocráticos”.
A decisão de Moraes tenta acabar de vez com os delírios de Bolsonaro e dos bolsonaristas sobre a transparência do processo eleitoral brasileiro. Um sistema usado há anos de forma bem-sucedida é alvo de extremistas que não aceitam a derrota e querem iniciar um terceiro turno no Brasil.
Fato é que a postura de Valdemar é vergonhosa. Mesmo após o pedido de Moraes para que também fossem apontados os números das urnas referentes ao primeiro turno, o presidente do PL não retirou nenhuma das acusações e não inseriu novos dados.
Ou seja, no primeiro turno, quando o PL elegeu a maior bancada da Câmara, as urnas valem. No segundo turno, quando o presidente perdeu a disputa, elas estão com problemas.
Valdemar está claramente agindo a mando de Bolsonaro. A cara de pau do presidente do PL, no entanto, esbarrou na força de Moraes. A decisão desta quarta deveria mostrar aos extremistas que não há mais o que contestar em relação às eleições. Para eles, deveria restar apenas a espera pelo fim do mandato de Bolsonaro e o início do governo Lula.
Mas não é isso que vai acontecer: o pedido do PL – e é isso que o presidente da República quer – só deve inflamar ainda mais a corja antidemocrática que se junta em quartéis e estradas para pedir “intervenção militar”. Em outras palavras, golpe.