Os candidatos à Presidência da República que participaram do debate promovido pela Rede Globo puderam escolher dez pessoas para estarem com eles no estúdio durante o confronto. E o que se esperava é que o ministro Paulo Guedes estivesse entre os escolhidos. Primeiro porque Bolsonaro tem sempre comemorado a queda da inflação, queda do desemprego e o crescimento como prova de que estava certo na condução da pandemia. Segundo, porque Bolsonaro sempre tropeça em números e conceitos e tê-lo por perto poderia ajudar. Terceiro porque recentemente a equipe de Bolsonaro mandou o ministro entrar de cabeça na campanha e ele saiu por aí falando.
Mas Bolsonaro não queria convencer, queria brigar. Por isso o presidente escolheu o filho, Carlos Bolsonaro, como o mais empoderado dos assessores. Levou para assessor de palco também o ministro Fábio Faria. Na lista dos dez assessores que poderia levar vários integrantes do chamado “gabinete do ódio”. Escolher Tércio Arnaud ou Filipe Martins em vez do ministro que há quatro anos Bolsonaro chamava de superministro é um sinal claro de desprestígio.
Por esses dois motivos, a escolha do vale-tudo como estratégia do debate, e o pouco prestígio do ex-poderoso superministro explicaram essa ausência. O mercado e os empresários que já estão entrando nos botes de desembarque do bolsonarismo repararam a ausência.
Participando ativamente da campanha e tendo papel importante nas propagandas eleitorais ao valorizar a situação econômica do país, Guedes era presença esperada no time dos 10 de Bolsonaro.
Dos dez que podia levar, cada candidato poderia escolher dois para estarem perto do palco subindo a cada intervalo para dar instruções. E tanto o grupo dos dez quanto o grupo dos dez tinha significado.
No grupo dos dez Simone Tebet, por exemplo, foi institucional e fez questão de levar os presidentes do PSDB, MDB e Cidadania, legendas que apoiaram sua candidatura. No palco, Ciro teve ao seu lado João Santana, marqueteiro da campanha, e sua mulher. Lula teve seu marqueteiro, Sidônio Palmeira, e Aloizio Mercadante ao seu lado.
O famoso “posto Ipiranga” foi lembrado apenas por Soraya Tronicke que na sua habilidade de criar memes, disse que a gasolina do tal posto era “batizada”.