O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, não teve muita escolha depois da entrada de Pablo Marçal, do nanico PRTB, na disputa municipal de São Paulo. O ex-coach embaralhou a corrida eleitoral no campo da direita, chegando nas pesquisas a 12% das intenções de voto.
Entre os eleitores que votaram em Bolsonaro no segundo turno de 2022, Marçal herda quase 27% dos votos do ex-presidente, segundo pesquisa da AtlasIntel.
Os números têm assustado a campanha do emedebista que resolveu abraçar logo o vice indicado pelo capitão. A ideia inicial era arrastar essa escolha até o limite do permitido pela lei eleitoral. Mas não teve jeito. Nesta sexta-feira, 20, o nome do coronel Ricardo Mello Araújo (PL) deve ser oficializado.
A pressão do ex-presidente fez com que até o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, desse também aval ao coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo, em um jantar realizado no Palácio dos Bandeirantes, na quarta-feira, 19, com representantes de 12 partidos aliados.
Quando foi comandante da Rota, grupo de elite da PM, Mello Araújo chegou a defender que policiais façam abordagens diferentes em bairros com moradores ricos, como Jardins e Vila Olímpia, e na periferia.
Por outro lado, a campanha do líder na corrida eleitoral, o pré-candidato do PSOL, Guilherme Boulos, acredita que a escolha do coronel pode ser um tiro n’água. Isso porque Nunes terá que ter um discurso mais voltado para a extrema direita, o que dificilmente vai acontecer, ou terá que dar esse papel a Mello, que pode afastar os eleitores de centro.
Aliados do deputado federal acham que há um dilema para o atual prefeito, e nesse vácuo tem Marçal ou até mesmo o apresentador José Luiz Datena que anunciou a pré-candidatura pelo PSDB.