O que a PF espera para concluir a investigação de acidente da Voepass
Serão feitos dois laudos relacionados ao desastre aéreo que deixou 62 mortos em Vinhedo (SP)
A Polícia Federal fará uma investigação junto com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos para apurar as causas da queda do avião da Voepass 2283, em Vinhedo (SP), que deixou 62 mortos. O material examinado pelo Cenipa será o mesmo, mas as conclusões e interpretações serão tomadas de forma independente. O laudo produzido pela PF pode indicar possíveis responsáveis pela tragédia.
Segundo a instituição, um desses documentos é chamado de laudo descritivo do local, que ficará pronto em cerca de 3 meses e vai apontar o contexto do acidente com fotografias, a posição da aeronave após a queda, danos externos e número de vítimas.
Outro, chamado de laudo de sinistro aeronáutico, é mais abrangente e a previsão é de que seja concluído em 1 ano. Nesse documento, serão analisados vários aspectos que podem ter contribuído para o acidente. Em linhas gerais, serão avaliadas as condições climáticas, o fator humano, a situação e revisão da autorização das aeronaves, a comunicação e a política de treinamento da empresa Voepass.
O Cenipa prometeu entregar em 30 dias o laudo com as possíveis causas do acidente aéreo. A diferença para a conclusão da PF é o detalhamento da investigação que pode acarretar em pedido de indiciamento contra possíveis responsáveis pela tragédia.
Nesta terça-feira, 13, o chefe do Centro, brigadeiro do ar Marcelo Moreno, afirmou que os gravadores registraram “com sucesso” os dados de voz e de voo relacionados à aeronave. O material será essencial para o avanço das investigações.
A PF também deve ouvir o controlador de voo, o dono da companhia aérea, o gerente de manutenção, o gerente operacional (todas as pessoas direta e indiretamente ligadas à aeronave) e quem tenha participado da investigação técnica (peritos criminais federais), além de nomes que surgirem ao longo do processo de apuração sobre o desastre aéreo.