A Segunda Câmara do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu por unanimidade, nesta terça-feira, 12, abrir um processo para responsabilizar o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e o ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, por gastos que totalizaram cerca de 2 milhões de reais em diárias e passagens aos membros da equipe de investigadores que atuou nas apurações do esquema de corrupção que atingiu a Petrobras.
Os ministros decidiram abrir uma Tomada de Contas Especial a partir de representações do Ministério Público de Contas e da bancada do PT na Câmara. O caso teve como relator o ministro Bruno Dantas. Além dele, votaram no processo os ministros Augusto Nardes, Aroldo Cedraz e Antonio Anastasia.
Após a abertura do procedimento, o tribunal vai determinar a citação do ex-procurador-geral e de Dallagnol e calcular o valor gasto além da necessidade da força-tarefa. Segundo manifestação do procurador de contas Lucas Rocha Furtado, Rodrigo Janot e Deltan Dallagnol poderiam ter empregado opções mais econômicas nos deslocamentos e hospedagens da equipe de procuradores da Lava Jato.
Caso seja condenado pelo TCU, Dallagnol pode ficar inabilitado ao exercício de cargos públicos, o que abalaria seus planos políticos. O ex-procurador da República se filiou ao Podemos para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Paraná. Janot também estudava entrar para a política nas eleições de 2022, mas desistiu.
Por meio de suas redes sociais, Deltan Dallagnol atribuiu a abertura da ação a uma suposta “vingança do sistema contra quem combate a corrupção”.
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