O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), estiveram juntos nesta sexta-feira, 2, para o evento em comemoração aos 132 anos do Porto de Santos, que o petista chamou de “ato civilizatório”. Em um clima descontraído, os dois trocaram afagos e firmaram a parceria para a construção de um túnel que ligará as cidades de Santos e Guarujá.
“Nós estamos em um ato civilizatório. Esse ato aqui, mais do que o anúncio, significa que precisamos restaurar nesse país a normalidade, e a normalidade é a gente respeitar o direito à diferença”, declarou Lula, que ainda fez uma referência aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. “Disputamos com Tarcísio e perdemos as eleições. Não dá para dar um golpe em São Paulo, invadir um prédio. É voltar para casa e se preparar para disputar outra vez. E respeitar o direito do exercício da função de quem ganhou as eleições, senão a democracia fica capenga”, acrescentou.
O presidente disse ainda que não faltará respeito ao papel exercido por Tarcísio e que não está beneficiando o governador, mas o estado “mais importante” da federação. “Nunca, em oito anos de Presidência, eu tratei São Paulo diferente porque o governador não pertencia ao meu partido. Quero te dizer, Tarcísio, que você terá da Presidência da República tudo aquilo que for necessário”, disse.
Enquanto Lula discursava, Tarcísio e ministros do governo caíram na risada ao ouvir alguém na plateia gritar “Volta pro PT, Tarcísio”. O governador, porém, também foi vaiado por alguns apoiadores do presidente durante a cerimônia.
O túnel Santos-Guarujá
O governo federal anunciou que serão investidos 5,8 bilhões de reais na construção do túnel. O empreendimento está incluído do Novo PAC e será financiado por uma parceria público-privada. A obra é prometida há mais de 90 anos, mas nunca saiu devido a entraves políticos entre o governo federal e as gestões paulistas. A expectativa é que o túnel beneficie mais de 5 milhões de pessoas.
O acordo foi firmado em uma reunião entre Tarcísio e Lula no Palácio do Planalto. Antes, o governo federal queria executar sozinho a obra, mas foi convencido a dividir a operação com o governador, outro interessado nos dividendos políticos do empreendimento.