Após sete dias de instabilidades causadas por um ataque hacker, o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) do governo federal teve o funcionamento totalmente restabelecido nesta segunda-feira, 29. A informação foi divulgada em comunicado pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, responsável pela manutenção do sistema.
“O ministério também reforça que o SEI manteve sua arquitetura íntegra, não tendo sido afetada pelo incidente cibernético que acometeu o ambiente computacional”, afirma a nota publicada pela pasta. De acordo com o órgão, não foi identificada nenhuma perda de dados ou informações e os serviços aos cidadãos não foram prejudicados.
A Polícia Federal abriu uma investigação sobre as origens do ataque, classificado pelo governo como “incidente cibernético”, ocorrido na última terça-feira, 23, contra o SEI Multiórgãos, sistema digital que atende a nove ministérios, além do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e da Casa da Moeda. O principal dano foi a retirada do ar do Tramita GOV.BR, ambiente virtual onde tramitam processos administrativos eletrônicos e outros documentos.
Questionada por VEJA, a PF informou que não irá se manifestar sobre detalhes da tentativa de invasão enquanto a investigação está em andamento.
Cibersegurança do governo em xeque
Nos últimos anos, a ocorrência de ataques cibernéticos contra instituições de governo vem se tornando cada vez mais frequente. Em abril, o Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), mecanismo de execução de despesas da União, foi alvo de uma invasão que resultou no desvio de 3,5 milhões de reais em pagamentos irregulares.
Na época, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a invasão ao Siafi ocorreu por um usuário com credenciais registradas e que não houve brecha na segurança cibernética do sistema. A investigação sobre o caso ainda está em andamento.
Em janeiro do ano passado, a cibersegurança dos órgãos governamentais foi colocada em xeque após o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido pelos episódios da “Vaza Jato”, invadiu os computadores do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a mando da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e implantou no sistema um falso mandado de prisão contra Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, assinado pelo próprio ministro.