O Instituto Nacional de Combate ao Crime desenvolveu o relatório “As contribuições da sociedade civil e dos setores produtivos para a estratégia nacional de cibersegurança”. O documento, entregue ao Gabinete de Segurança Internacional da Presidência da República, faz parte de um acordo de cooperação técnica assinado nesta quinta-feira, 1º, em São Paulo.
Além de um diagnóstico com desafios enfrentados pela cibersegurança no país, como deficiência de educação digital diante do avanço da inclusão digital e falta de investimentos, o relatório elencou mais de 50 medidas para solucionar alguns desses problemas no Brasil, o segundo país mais atingido por ataques virtuais na América Latina. Dentre as sugestões, 20 foram priorizadas para serem encaminhadas ao GSI.
O relatório também enfatiza argumentos em defesa da criação de uma estrutura de coordenação central de cibersegurança, a exemplo de países como os Estados Unidos, Reino Unido e, mais recentemente, Chile. Entre as propostas, está a criação de uma Agência Nacional de Segurança Cibernética; promoção de cursos sobre acordos internacionais no setor, como a Convenção de Budapeste; a criação de uma rede de compartilhamento de informações sobre ameaças e ampliação de delegacias especializadas em crimes cibernéticos.
Os técnicos consideraram seis eixos estratégicos: conscientização da sociedade; adequação do capital humano; engajamento e integração multi-institucional; informações e conhecimento especializado; financiamento e incentivos; e arcabouço legal, regulatório e normativo. As mais de cem páginas ainda trazem sugestões como campanhas de conscientização, criação de “bibliotecas” de conteúdos; centros de capacitação especializados, estímulo a carreiras na área.
O material resultou de uma aliança multisetorial, com participação de dez setores econômicos, representados por entidades como FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas) e Abaes (Associação Brasileira das Empresas de Software).