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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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São Paulo: como as campanhas se preparam para debates depois da cadeirada

Candidatos não sinalizam queda de temperatura na disputa eleitoral após agressão física

Por Ramiro Brites Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 set 2024, 11h47 - Publicado em 17 set 2024, 10h01

A menos de três semanas do primeiro turno das eleições, os candidatos ainda passarão por um périplo de debates eleitorais em São Paulo. Os embates na capital paulista têm sido marcados por baixarias desde o começo da campanha, mas a baixaria chegou a um ápice quase inimaginável: no último domingo, 15, após uma acusação de estupro, José Luiz Datena (PSDB) acertou um golpe em Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeira. O episódio causou espanto em quem acompanhava o programa da TV Cultura, mas Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo) seguiram em um confronto acalorado de ideias e ofensas verbais. Na manhã desta terça-feira, 17, a Rede TV vai sediar um novo debate.

As campanhas chegaram a conversar sobre estratégias para baixar a temperatura nos debates, mas a maioria das equipes não chegou a um consenso interno, quem dirá em diálogo com as demais campanhas. O fato é que a cadeirada gerou um fluxo informacional enorme, inclusive com aumento de menções negativas sobre Marçal na internet, o que é considerado um trunfo por campanhas que ainda não sabem como lidar com o coach nas redes sociais. Os cinco primeiros candidatos nas pesquisas foram muito procurados no Google nos últimos dias, e o saldo desse volume de interação ainda não foi mensurado.

Integrantes das duas campanhas que lideram as pesquisas chegaram a ensaiar movimentos para baixar a temperatura, mas nenhuma tentativa foi à frente. Algumas pessoas no entorno de Nunes chegaram a cogitar um movimento para reduzir o número de debates, ou trocar o formato para sabatinas, mas a ideia naufragou. O que tem prevalecido é o contrário: a possibilidade de marcar mais um debate organizado pelo Flow Podcast — seria o 11º entre agosto e a primeira semana de outubro.

Já Boulos diz que irá conversar com os demais candidatos sobre debates mais construtivos. “A minha campanha vai procurar as outras campanhas para ter um pacto de decência nos debates. O povo de São Paulo não merece isso”, disse nesta segunda-feira, 16. O deputado do PSOL afirmou ainda que a medida seria um “padrão mínimo de civilidade”. Interlocutores do deputado psolista, por outro lado, dizem que ele não pode propor um arrefecimento “unilateral”. Contatadas pela reportagem nesta segunda-feira, as campanhas dizem em reserva que ainda não foram procuradas sobre o cessar-fogo.

Enquanto nenhum dos candidatos empunha a bandeira branca, as emissoras se viram como podem. Na RedeTV, por exemplo, as cadeiras serão parafusadas no chão. Marçal tentou tirar Datena do debate e pediu para ser acompanhado por um segurança exclusivo, mas as demandas não foram aceitas — a equipe do candidato promete seguir com a mesma agressividade nos próximos dias.

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Clima nas campanhas

Ricardo Nunes (MDB)

A equipe de Ricardo Nunes se reuniu na segunda-feira para traçar uma estratégia para os próximos confrontos. O entorno do candidato à reeleição diz que os próximos programas devem seguir a mesma toada dos últimos — no domingo, o atual prefeito chegou a indagar Boulos se ele “cheirou”, em uma referência à acusação que Marçal, sem apresentar provas, fez contra o psolista sobre uso de drogas. Integrantes da campanha avaliaram positivamente a rigidez das regras no debate da TV Cultura, apesar de ter escalado para a agressão física.

Guilherme Boulos (PSOL)

A avaliação de aliados do deputado psolista é de que ele tem mantido uma conduta propositiva nos debates e deve mantê-la. As peças de campanha, por outro lado, têm procurado por um conflito com Nunes e Marçal para consolidar o voto da esquerda no psolista e garantir a ida ao segundo turno.

Pablo Marçal (PRTB)

A campanha do candidato do PRTB disse que vai começar a fazer mais exigências nas reuniões de debate. Sem considerar as provocações do coach, aliados avaliam que a cadeirada deixou claro que Marçal é, na verdade, alvo da agressividade dos adversários. “A gente não começa nenhuma guerra, mas termina todas”, disse Tassio Renam, coordenador da campanha.

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Tabata Amaral (PSB)

A candidata se preparou na manhã de segunda-feira para o debate desta terça. Aliados dizem que a estratégia é baixar o nível de tensão, mas que acham difícil, dado o perfil dos adversários. Por isso, a deputada do PSB vai levar pegadinhas e respostas mais ríspidas na manga.

José Luiz Datena (PSDB)

Integrantes da campanha de Datena afirmam que o candidato tucano estava dentro da normalidade no debate de sábado até ser provocado por Marçal e o excesso de emotividade do apresentador levou a agressão. Daqui para a frente, a ideia é “defender o bom debate”, disse José Aníbal, candidato a vice do PSDB, a VEJA.

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