O lutador de MMA e instrutor de artes marciais Diego Braga Alves, de 44 anos, foi encontrado morto na noite de segunda-feira, 15, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele estava desaparecido desde a madrugada anterior após subir o Morro do Banco em busca de sua moto, que havia sido roubada no mesmo dia.
O corpo foi encontrado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro em uma área de mata fechada perto da Estrada de Itajuru, em Itanhangá, bairro da Zona Oeste da capital fluminense. Segundo as autoridades, os agentes foram chamados para atender a uma ocorrência de disparos de arma de fogo no local — o lutador foi levado ao hospital, mas os médicos confirmaram que ele já estava morto quando chegou.
Na manhã desta terça-feira, 16, um homem foi preso com drogas dentro de sua casa, em Itanhangá, e confessou ter assassinado o treinador. A suspeita da Polícia Civil, que investiga o caso, é que Diego tenha sido morto por traficantes após ter sido confundido com um miliciano.
Vítima trabalhava em áreas de conflito entre tráfico e milícia
Diego Braga Alves era treinador da academia Tropa Thai, que tem estabelecimentos no bairro de Rio das Pedras e no morro da Tijuquinha, regiões do Rio de Janeiro que eram controladas por milícias até o ano passado, quando foram tomadas pelo Comando Vermelho (CV). Ele era morador da comunidade de Muzema, outro território disputado entre a facção e grupos milicianos.
A moto do lutador foi roubada dentro de sua casa na madrugada de segunda-feira — por volta das 2h, ele publicou em seu perfil no Instagram um vídeo de câmera de segurança que mostra o momento do furto. Após registrar o crime e pedir ajuda aos seguidores, ele teria sido informado, inicialmente, que a moto estava na Tijuquinha, e depois descoberto que estava no Morro do Banco. Segundo a família, Diego decidiu sair sozinho de madrugada e ir até a comunidade para tentar recuperar o veículo, que não tinha seguro.
Após ser divulgada a notícia da morte de Diego, a Tropa Thai cancelou as aulas desta terça-feira. A Polícia Civil ainda não divulgou detalhes sobre a causa e as circunstâncias do assassinato.
Repercussão
A morte de Diego Braga Alves repercutiu bastante nas redes sociais, em especial entre bolsonaristas, que têm a pauta da segurança pública como uma de suas principais apostas. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) manifestou solidariedade aos familiares e aproveitou para criticar opositores, como o PSB, por ter entrado com uma ação no Supremo para restringir a atuação da polícia nos morros do Rio. “O Rio de Janeiro não continua lindo”, postou.
O Rio de Janeiro não continua lindo. Meu pesar aos familiares do lutador Diego Braga assassinado após tentar recuperar sua moto furtada no morro do Banco.
Vale lembrar que há 3 anos a polícia é impedida de entrar em favelas dominadas por criminosos devido a uma ação do PSB… pic.twitter.com/aiZub9qlfK
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) January 16, 2024