As queimadas nas vegetações de caatinga e cerrado no Brasil tiveram uma disparada em 2021, mostram dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre o monitoramento de áreas destruídas pelas chamas. Entre janeiro e julho deste ano, o fogo atingiu 5.378 quilômetros quadrados de caatinga e 34.478 quilômetros quadrados de cerrado – os aumentos foram de 359,7% e 38,4%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2020 (veja quadro abaixo). Juntas, as duas áreas equivalem a cerca de 5,5 milhões de campos de futebol.
Na comparação entre os meses de julho de 2020 e 2021, a alta foi de 275,8%% na caatinga e de 41,7% no cerrado. Os aumentos ocorrem na época em que o Brasil registra os períodos mais secos do ano, entre junho e outubro, quando também é comum a presença de fortes ventos. A condição climática favorece o surgimento de focos de incêndio, que podem ter tanto causa natural quanto por intervenção humana.
Além da destruição da vegetação, o fogo também prejudica os animais e ameaça a população por trazer riscos em relação à saúde, redução da umidade do ar e o surgimento de doenças respiratórias.
“Chuva de fuligem”
Neste final de semana, um incêndio no Parque Estadual do Juquery, em Franco da Rocha, fez várias regiões da capital paulista e outras cidades da Região Metropolitana de São Paulo (RSMP) experimentar um fenômeno batizado de “chuva de fuligem” nas redes sociais. Em posts no Twitter, usuários publicaram fotos de quintais e varandas cobertos de cinzas.
O fogo no parque começou por volta das 9h deste domingo, 22, após um balão cair na área de vegetação, que também é de cerrado. Após 20 horas de combate às chamas, o incêndio foi controlado por volta das 5h desta segunda-feira, 23. Até o final da manhã, no entanto, a Prefeitura de Franco da Rocha ainda monitorava alguns focos de chamas remanescentes. Procurada por VEJA, a Prefeitura informou que a estimativa é que 65% da área total do parque tenha sido queimada.