Presidente da Enel Brasil deixa o cargo na esteira de crise energética
Nicola Cotugno havia comunicado sua aposentadoria à empresa em outubro
O presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, deixou a sua posição nesta quinta-feira, 23, após cinco anos à frente da empresa. A saída foi comunicada pela distribuidora em nota enviada à imprensa.
Segundo a assessoria da Enel, Cotugno já havia anunciado ao conselho administrativo da distribuidora que pretendia se aposentar no mês passado, antes da crise energética no início de novembro que deixou milhões de clientes da empresa no escuro em São Paulo. “O conselheiro Nicola Cotugno informou aos presentes que está se desligando do grupo Enel por motivo de aposentadoria e que, portanto, deixará de exercer as funções de membro do Conselho de Administração da Companhia a partir de 30/10/23”, diz a ata da reunião.
O comunicado diz que Cotugno decidiu adiar sua aposentadoria para 22 de novembro “para apoiar o processo de substituição e as recentes contingências”. Ele será sucedido pelo executivo Antonio Scala, que atua há 18 anos na distribuidora — até a sua nomeação, o cargo será ocupado interinamente pelo presidente do Conselho de Administração, Guilherme Gomes Lencastre. Tanto Scala quanto Cotugno são nascidos na Itália, onde está localizada a sede da Enel.
A Enel enfrenta forte pressão pública e governamental após o apagão de enormes proporções ocorrido em 4 de novembro, em São Paulo, devido aos temporais do dia anterior. Cerca de 2,1 milhões de usuários em todo o estado ficaram sem luz, e a empresa levou cinco dias para restaurar completamente o fornecimento de energia. Atualmente, a concessionária é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em andamento na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), e na Câmara Municipal.