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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Posts contra PL do aborto viralizam com apoio de famosos e influenciadores

Levantamento do instituto Democracia em Xeque mostra que publicações contrárias ao projeto tiveram amplo alcance

Por Victoria Bechara Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 jun 2024, 17h03 - Publicado em 18 jun 2024, 12h57
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  • Nos últimos dias, protestos contra o projeto de lei 1.904/2004, que equipara o aborto ao crime de homicídio, tomaram as ruas e principalmente a internet. Publicações de repúdio à proposta viralizaram nas redes sociais com o apoio de influenciadores, celebridades, ativistas e parlamentares de esquerda, como mostra um levantamento do instituto Democracia em Xeque.

    O monitoramento aponta que os posts tiveram amplo alcance. O perfil do site Hugo Gloss no Instagram, com 21,2 milhões de seguidores, foi um dos que fizeram postagens virais contra o PL. Um vídeo em que a jornalista Adriana Araújo, da TV Bandeirantes, se posiciona contra a proposta atingiu nada menos que 20,8 milhões de visualizações. Outra publicação, com a apresentadora Ana Paula Padrão, obteve 8,3 milhões de visualizações.

    Um dos posts de maior engajamento foi o da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) convocando a campanha #criançanãoémãe no Instagram — foram 601 mil curtidas, 8.000 comentários, 148 mil compartilhamentos e 19,9 milhões de visualizações. Celebridades como as cantoras Anitta, Marina Sena e as atrizes Leandra Leal e Paolla Oliveira também se posicionaram contra o PL. O levantamento ainda destaca as publicações das professoras Djamila Ribeiro e Debora Diniz e da influencer Carolline Sardá.

    Um post com as fotos e nomes dos autores do projeto foi compartilhado por vários perfis, além de uma charge, feita pela página Design Ativista, que mostra uma placa em frente ao Congresso Nacional com a frase “Cuidado! Aqui tem Bancada do Estupro”, em referência aos deputados que apresentaram e apoiaram o texto.

    Dados da ferramenta de Social Listening Talkwalker mostram que, na segunda-feira, 17, as menções relacionadas ao assunto geraram mais de 794 mil publicações que somaram mais de 2,7 milhões em engajamento.

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    Entenda a proposta

    Na semana passada, os deputados aprovaram o regime de urgência para tramitação do PL que equipara o aborto ao crime de homicídio. Com isso, o texto vai direto à votação no plenário, sem passar por análise de comissões temáticas. 

    Apresentado por deputados da bancada evangélica, o projeto propõe pena de seis a vinte anos para quem realizar o aborto acima de 22 semanas de gestação, inclusive em caso de estupro. Por conta disso, passou a ser chamado de “PL do estuprador” ou “PL da gravidez infantil” nas redes. 

    Hoje o aborto é permitido em caso de estupro, risco de vida da mulher ou anencefalia fetal. O Código Penal, no entanto, não estabelece prazo gestacional para o aborto legal. Fora os três casos previstos na legislação, a punição varia de um a três anos, quando a interrupção da gravidez é provocada pela gestante, e de três a dez anos, quando ocorre sem seu consentimento ou é provocada por terceiros. 

    A repercussão negativa deve fazer com que o PL seja desidratado após a escolha do relator. Deputados ligados ao presidente da Câmara, Arthur Lira, acreditam que a proposta sofrerá mudanças para que o direito ao aborto seja mantido em casos de estupro, como já previsto na legislação.

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