Mesmo que o Distrito Federal não participe das eleições municipais deste ano, já existe uma disputa eleitoral acirrada na corrida pelo governo distrital em 2026. Se o pleito ocorresse hoje, o segundo turno do Executivo na capital do país seria travado entre a vice-governadora Celina Leão (PP) e o ex-governador José Roberto Arruda (PL), de acordo com um levantamento divulgado pelo instituto Paraná Pesquisas nesta quinta-feira, 4.
Segundo a pesquisa, Celina totaliza hoje 22% das intenções de voto no Distrito Federal, enquanto Arruda aparece com 18,3%. Dentro da margem de erro de 2,7 pontos percentuais, o cenário é de empate técnico entre a vice-governadora e o ex-mandatário.
Na sequência, ficam a senadora Damares Alves (Republicanos), com 14,9% — que está empatada na margem de erro com Arruda —, e o ex-deputado distrital Leandro Grass (Rede), atual presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com 13,2% — ele empata tecnicamente com Damares.
Ex-ministra dos Direitos Humanos no governo de Jair Bolsonaro, Damares, eleita senadora em 2022, tem mandato no Congresso até 2028.
Sucessão de Ibaneis Rocha
O atual governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), está em seu segundo mandato à frente do governo distrital e não poderá concorrer novamente ao cargo em 2026. Um dos cabos eleitorais de Celina, o emedebista conta hoje com aprovação de 58,2% de sua gestão à frente do Palácio do Buriti, situação que fortalece o nome da vice-governadora como sua sucessora.
Já Arruda, que governou a capital federal e cidades-satélite entre 2007 e 2010 pelo antigo DEM (atual União Brasil), é aliado próximo do ex-presidente Bolsonaro. Durante a presidência do ex-mandatário, a então esposa do ex-governador Flávia Arruda foi deputada federal pelo PL e ministra-chefe da Secretaria de Governo. O casal se divorciou em março de 2023.
A candidatura do ex-governador, no entanto, é incerta, já que ele encontra-se inelegível até 2032 por improbidade administrativa. Arruda foi condenado pelo Tribunal de Justiça do DF à perda de direitos políticos no âmbito da Operação Caixa de Pandora, que descobriu prejuízos de até 2,8 bilhões de reais aos cofres do distrito em fraudes em licitação — a mesma investigação levou à cassação de seu mandato, em 2010.
O instituto Paraná Pesquisas entrevistou 1.360 eleitores no Distrito Federal entre os dias 29 de junho e 2 de julho de 2024. O grau de confiança do levantamento é de 95%, e a margem de erro é estimada em 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos.