As projeções para a corrida do Palácio do Planalto em 2026 mostram um cenário de estabilidade, sendo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresenta agora uma discreta melhora em comparação aos seus adversários, dentro da margem de erro. O petista venceria hoje qualquer outro rival, segundo levantamento nacional divulgado pelo instituto Paraná Pesquisas nesta segunda-feira, 29.
De acordo com a pesquisa, se Jair Bolsonaro pudesse concorrer novamente ao Planalto, ele ficaria com 36,9% dos votos contra 38,3% de Lula, o que configura empate técnico dentro da margem de erro de 2,2 pontos percentuais. Nesse cenário, a popularidade do petista cresceu nos últimos quatro meses, enquanto o apoio ao rival seguiu a direção contrária — no levantamento realizado pelo Paraná Pesquisas em março, o presidente e o ex-mandatário tinham, respectivamente, 35,3% e 37,1% do eleitorado. Apesar da oscilação negativa, dentro da margem de erro, Bolsonaro tem ainda o que comemorar: como a pesquisa foi realizada após o indiciamento dele pela PF no caso das joias, o escândalo até aqui parece não ter afetado a popularidade do ex–presidente.
O duelo entre Lula e Bolsonaro, contudo, dificilmente deve se concretizar, já que o ex-presidente foi condenado pela Justiça Eleitoral por abuso de poder político e tornou-se inelegível até 2030. A própria candidatura de Lula não é totalmente certa — o petista deve concorrer, mas ainda não bateu o martelo sobre disputar um quarto mandato, tampouco decidiu quem poderia apadrinhar como herdeiro e sucessor. Já o ex-presidente, apesar da sentença, ainda é nome de peso entre os opositores ao governo e, desde que deixou o comando do Planalto, ele tem se dedicado a viajar pelo país e realizar eventos com apoiadores e correligionários.
Michelle fica estagnada
Nos últimos meses, as pesquisas indicavam a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como a mais popular herdeira eleitoral do marido. Atualmente, ela é coordenadora do PL Mulher, ala que impulsiona as candidaturas femininas do partido liderado por Valdemar Costa Neto.
O levantamento anterior do Paraná Pesquisas, divulgado em maio, apontava Michelle com 33% das intenções de voto, lado a lado com os 36,6% acumulados por Lula. No entanto, o apoio popular à ex-primeira-dama caiu para 30,3% na pesquisa atual, mesmo patamar observador em março, enquanto o petista avançou para 38,7% do eleitorado contra a adversária.
A posição dos governadores
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é considerado o nome mais forte para liderar a oposição nacional em 2026. O ex-capitão do Exército foi ministro da Infraestrutura durante todo o governo anterior e deixou o cargo apenas em 2022 para disputar o Executivo paulista, sendo eleito com a bênção do ex-presidente.
Todavia, assim como Michelle Bolsonaro, Tarcísio não variou muito em força contra Lula nas últimas três sondagens eleitorais. Em março, o governador pontuava 23,3% na disputa pelo Planalto, oscilando para 25,6% em maio até estacionar em 24,4% na pesquisa divulgada hoje — o presidente, por sua vez, passou de 36,2% para 38,9% no mesmo período desta simulação. A posição de Tarcísio se mantém como a melhor entre os governadores de oposição que podem tentar a disputa ao Palácio do Planalto em 2026.
Abaixo dele, o governador que aparece com melhores chances no momento é o paraense Ratinho Júnior (PSD). Desde março, ele avançou de 14,6% para 17,6% contra Lula. Na nova pesquisa, pontuou 14,2%, ao passo que o atual mandatário tem 39% das intenções de voto neste cenário.
Único governador que já declarou ser candidato à presidência, Ronaldo Caiado, de Goiás, pontuou entre 3% e 7,5%, dependendo do cenário estimulado apresentado pela pesquisa. Embora tenha prometido não concorrer mais, Ciro Gomes aparece com 13,3% no cenário mais favorável a ele.
O instituto Paraná Pesquisas entrevistou 2.026 eleitores em 164 municípios, distribuídos por todos os estados e Distrito Federal, entre os dias 18 e 22 de julho de 2024. O grau de confiança do levantamento é de 95% e a margem de erro é estimada em 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos nos resultados gerais, variando conforme a estratificação regional.