Esqueça João Doria (PSDB) ou Vittorio Medioli (PHS), que em 2016 foram eleitos prefeitos de São Paulo e Betim (MG), respectivamente, ostentando patrimônios impressionantes na casa das centenas de milhões de reais. Dificilmente surgirá até a próxima quarta-feira, 15, quando se encerra o prazo de registro das candidaturas, algum candidato mais rico do que o engenheiro João Amoêdo, que disputa a Presidência da República pelo Partido Novo nas eleições deste ano.
Fundador do Novo, legenda de caráter liberal, que prega a redução da participação do Estado na economia, Amoêdo declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de nada menos que 425.066.485,46 reais. Para que ninguém se perca nas casas de milhares: 425 milhões de reais. Para efeito de comparação, é o equivalente a nada menos que 28 meses de salário do atacante Neymar no Paris Saint-Germain. O brasileiro ganha 15 milhões de reais por mês no clube francês.
Em relação aos seus adversários diretos, também é muito mais: ele tem um patrimônio 326 vezes maior que o de Geraldo Alckmin (PSDB, 1,3 milhão de reais) e 265 vezes o de Ciro Gomes (PDT, 1,6 milhão). Importante deixar claro que, dos treze candidatos anunciados e aprovados em convenção, apenas seis já se inscreveram no TSE, sendo que, desses, Cabo Daciolo (Patriota) ainda não informou seu patrimônio. Guilherme Boulos (PSOL) declarou possuir um carro, estimado em 15.000 reais, enquanto Vera Lúcia (PSTU) citou apenas um terreno, estimado em 20.000 reais.
Amoêdo é formado em engenharia civil e administração de empresas, e fez carreira no setor bancário, passando por Citibank, Unibanco e chegando a ser sócio do BBA, hoje incorporado ao Itaú. A maior parte da fortuna do candidato do Novo é formada por aplicações financeiras — uma, de renda fixa, tem 217 milhões de reais.
Candidatos a cargos eletivos são obrigados a declarar seus bens e patrimônio. A intenção, entre outras, é permitir acompanhar a evolução patrimonial de políticos na vida pública. Até o momento, Amoêdo é o presidenciável mais rico, no entanto, entre os outros sete que ainda precisam registrar as candidaturas, há pelo menos mais um conhecido por um vasto patrimônio pessoal: Henrique Meirelles, do MDB, também oriundo do setor bancário.