Em meio à pressão dos partidos do Centrão por mais espaço no governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia a criação de mais um ou dois ministérios para distribuir ao PP e ao Republicanos. Caso isso se concretize, a Esplanada poderá voltar a ter 39 pastas, o que igualaria o recorde estabelecido pela então presidente Dilma Rousseff em seu segundo mandato, iniciado em 2015.
A hipótese de expandir o número de ministros para saciar o apetite do Centrão seria uma solução para blindar os ocupantes de alguns cargos estratégicos para o governo, Nísia Trindade (Saúde), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), todos alvos de cobiça dos potenciais futuros aliados.
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, anunciou que Lula já bateu o martelo sobre a nomeação de André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) como ministros — contudo, as pastas que os dois parlamentares ocuparão ainda são objeto de especulação.
O número atual de pastas já é muito superior ao do governo anterior, de Jair Bolsonaro, quando a Esplanada tinha 21 ministros.
Veja o máximo de ministérios de cada presidente desde a redemocratização:
- José Sarney (1985-1990): 24
- Fernando Collor (1990-1992): 15
- Itamar Franco (1992-1994): 21
- Fernando Henrique Cardoso (1995-2002): 27
- Lula (2003-2010): 32
- Dilma Rousseff (2011-2016): 39
- Michel Temer (2016-2018): 24
- Jair Bolsonaro (2019-2022): 21