Orçamento do Turismo e reestruturação da pasta preocupam transição
Deputado Marcelo Freixo classificou situação da pasta como 'terrível'
A previsão de orçamento para o Ministério do Turismo em 2023 e uma reestruturação de cargos feita pelo governo Jair Bolsonaro preocupam a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), membro do grupo de trabalho do Turismo, classificou a situação da pasta como “terrível”. “Encontramos uma situação de terra arrasada”, disse o parlamentar a VEJA.
A equipe entregou um relatório ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), coordenador da transição, nesta semana. De acordo com Freixo, a previsão de recursos para o setor no ano que vem é de 19 milhões de reais – uma redução de 74% em comparação com 2022. O grupo de trabalho quer ampliar o valor através da PEC da Transição, que tramita no Senado.
Marta Suplicy, ex-ministra do Turismo e outra participante do grupo, também destacou a necessidade de recriar o Ministério da Cultura, que hoje é uma secretaria alocada na pasta do Turismo, além de repensar a estrutura da Embratur, agência responsável pela promoção internacional do país, que se tornou um Serviço Social Autônomo durante a gestão de Bolsonaro. Assim, o órgão ficou de fora do orçamento da União.
O grupo de trabalho do Turismo também se mostrou incomodado com uma reestruturação de cargos feita pelo governo Bolsonaro nesta semana – a um mês do fim da gestão. “Qualquer mudança na estrutura de cargos ou em ministérios agora é muito nociva. Atrapalha tudo”, disse Freixo.
O ex-ministro Aloízio Mercadante, coordenador técnico da transição, mandou um recado a Bolsonaro. “Nós vamos entrar e reestruturar, essa é uma competência do novo governo. Quero pedir publicamente que as propostas de reestruturação sejam encaminhadas, a gente pode incorporar”, disse.