O escritor Olavo de Carvalho fez uma cobrança pública nesta segunda-feira, 02, à secretária da Cultura, Regina Duarte, por conta do expurgo que a atriz pretende realizar na pasta. O polemista ficou incomodado com a informação revelada por VEJA de que ela priorizou a escolha de um corpo técnico para formar a nova configuração da pasta. As mudanças deverão custar os empregos de seguidores de Olavo que foram alojados na secretaria em gestões anteriores.
Em um texto postado no Facebook, o escritor declarou que “se a Regina Duarte quer mesmo se livrar de indicados do Olavo de Carvalho, a pessoa principal que ela teria de botar para fora do Ministério seria ela mesma”. A pasta da Cultura perdeu o status de ministério no governo de Jair Bolsonaro e, hoje, está subordinada ao Ministério do Turismo.
Olavo afirmou que foi a primeira pessoa procurada por Bolsonaro para avalizar a indicação de Regina Duarte para o posto. “Ao cogitar o seu nome para o posto, a primeira opinião que o sr. presidente da República quis ouvir a respeito foi a minha”, disse o polemista, antes de cobrar um posicionamento da atriz. “Ela decerto não me deve gratidão nenhuma por isso, mas me deve – e estou cobrando em público – uma confirmação ou desmentido desse zunzum.”
O escritor nega o rótulo de guru ideológico da família Bolsonaro, mas emplacou dois ministros no governo e viu seus alunos e simpatizantes conseguirem empregos em diversas áreas da administração federal. Foram indicados por Olavo o chanceler Ernesto Araújo e o ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez. O atual titular da pasta da Educação, Abraham Weintraub, é outro ex-aluno do polemista.
O antecessor de Regina Duarte também contava com a simpatia de Olavo. O dramaturgo Roberto Alvim perdeu o emprego após copiar um discurso do nazista Joseph Goebbels, ministro da propaganda do ditador Adolf Hitler, para anunciar a criação de um Prêmio Nacional das Artes. Ex-alunos do escritor, no entanto, continuaram ocupando cargos importantes na Secretaria da Cultura. O maestro terraplanista Dante Mantovani é presidente da Funarte, enquanto o monarquista Rafael Nogueira é presidente da Biblioteca Nacional.