O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará, na véspera da eleição, um derradeiro esforço para alavancar a candidatura de seu aliado Guilherme Boulos (PSOL) a prefeito de São Paulo. Segundo o próprio candidato, ele e seu padrinho político farão uma caminhada na Avenida Paulista no próximo sábado, 5, um dia antes da votação.
O percurso está marcado para começar às 14h. Durante o debate Folha/UOL na manhã desta segunda-feira, 30, Boulos foi questionado sobre a ausência do petista em eventos de campanha. A última vez que os dois estiveram juntos publicamente foi no fim de agosto, em dois comícios na zona sul e na zona leste da cidade.
A presença de Lula era esperada pela campanha de Boulos no último fim de semana, mas o presidente cancelou as agendas para viajar ao México, onde participará da posse presidencial de Claudia Sheinbaum, na terça-feira.
Reportagem de VEJA desta semana mostra que, a despeito de todas as apostas em seu principal cabo eleitoral, o chamado “Time do Lula” enfrenta dificuldades nas principais capitais na reta final da eleição — considerando só os candidatos do PT (treze capitais), o petismo só é competitivo em quatro capitais, mas não é favorito em nenhuma (leia a matéria aqui).
A dificuldade para Lula é grande não apenas entre os candidatos “puro-sangue”. Nas capitais em que o PT optou por um aliado com mais chances, a situação também inspira cuidados. Na disputa mais importante, em São Paulo, a chapa que tem Boulos como candidato a prefeito e a ex-ministra Marta Suplicy (PT) como vice empata tecnicamente com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em quase todas as simulações, o que indica ao menos a possibilidade de ir ao segundo turno. Na condição de vice, o PT ainda sonha ir à etapa final da eleição em São Luís (com Duarte Jr., do PSB), mas vê como praticamente certos os naufrágios em Salvador (onde apoia Geraldo Junior, do MDB), Macapá (com Paulo Lemos, do PSOL) e Belém (com Edmilson Rodrigues, do PSOL) — esta última foi a única capital em que o PT conseguiu ao menos a vice-prefeitura em 2020.
Pesquisa em São Paulo
Levantamento feito entre os dias 23 e 26 pelo instituto Paraná Pesquisas mostra que Boulos e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) oscilaram para cima em relação à semana anterior, mas o coach Pablo Marçal (PRTB), embora tenha oscilado para baixo, continua com chance de ir ao segundo turno em São Paulo.
De acordo com a pesquisa, Nunes tem 28,0% das intenções de voto (tinha 26,8% há uma semana) contra 24,9% de Boulos (que tinha 23,7% no levantamento anterior) – como a margem de erro é de 2,6 pontos percentuais, eles estão empatados na margem de erro.
Marçal fez um movimento contrário, indo de 21,0% para 20,5% das intenções de voto, mas continua no páreo – na margem de erro, ele está empatado com Boulos, mas não com Nunes.
Depois, aparecem a deputada Tabata Amaral (PSB), com 7,3%, o apresentador José Luiz Datena (PSDB), com 7,1%, e a economista Marina Helena (Novo), com 2,1% — na pesquisa anterior, eles tinham respectivamente 8,3%, 7,9% e 1,9%.
Entre os entrevistados, 4,9% disseram que iriam votar em branco, nulo ou nenhum, enquanto 3,9% declararam que não sabem ou não responderam. A pesquisa ouviu 1.500 eleitores e foi registrada na Justiça Eleitoral sob o nº SP-09331/2024.