A pouco mais de um mês das eleições municipais, a corrida pela prefeitura de São Paulo está acirrada, e o primeiro turno se embaralha entre os três principais candidatos: o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o coach Pablo Marçal (PRTB).
Nas últimas duas semanas, Marçal disparou nas pesquisas eleitorais, enquanto Nunes e Boulos, que lideraram boa parte da corrida eleitoral até aqui, ficaram pressionados, em grande parte, pela repercussão negativa de suas ausências no debate realizado por VEJA na última segunda-feira, 19.
Levantamento divulgado pelo instituto Paraná Pesquisas nesta sexta-feira, 23, indica que, nos limites da margem de erro de 2,6 pontos percentuais, o prefeito e o parlamentar do PSOL empatam tecnicamente na primeira posição, mas o coach empata com o deputado na segunda posição. Segundo a pesquisa, Ricardo Nunes teria 24,1% das intenções de voto, seguido por Guilherme Boulos (21,9%), Pablo Marçal (17,9%) e o tucano José Luiz Datena (13,2%) — dentro da margem de erro, Datena e Marçal também estão empatados.
Em meio às incertezas sobre os nomes que irão ao segundo turno na capital paulista, o Paraná Pesquisas simulou alguns cenários de confronto direto entre os três candidatos que encabeçam o levantamento. Veja, a seguir, como cada um deles se sairia nos duelos.
Nunes x Boulos: prefeito leva a melhor
Em um embate direto entre Ricardo Nunes e Guilherme Boulos, o prefeito derrotaria o parlamentar com folga. Segundo a pesquisa divulgada hoje, o atual mandatário do Executivo paulistano levaria 50,7% dos votos, enquanto o deputado psolista ficaria com 34,2%.
Dentre as simulações possíveis, esse cenário representaria o confronto mais polarizado entre direita e esquerda na corrida municipal em São Paulo, já que Nunes é o candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, ao passo que Boulos é aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principais cabos eleitorais nas votações de 2024.
Boulos x Marçal: empate técnico
Já a simulação de duelo entre Boulos e Pablo Marçal é bem mais acirrada e acaba em empate técnico. Nessa hipótese, o deputado do PSOL somaria 42,9% do eleitorado contra 38,3% do coach, embaralhando-se dentro dos limites da margem de erro.
A briga entre os dois nomes vai bem além das pesquisas eleitorais — desde o início do período de campanha, Marçal enfrenta uma série de ações movidas por Boulos na Justiça Eleitoral, incluindo processos por difamação e infindáveis pedidos de direito de resposta. Nas últimas semanas, o empresário goiano vem repetidamente acusando o adversário de ser usuário de cocaína, inclusive disparando as alegações durante debates ao vivo, sem apresentar nenhuma evidência para sustentar a denúncia.
Nunes x Marçal: lavada contra o coach
O terceiro cenário simulado pelo Paraná Pesquisas é animador para o prefeito e amargo para o coach: na possibilidade de um segundo turno entre Nunes e Marçal, o primeiro venceria por 52,1% contra 25,7% dos votos, batendo o adversário com vantagem ainda maior do que no duelo com Boulos.
Apesar da margem confortável de vitória para Nunes, o atual mandatário não pode se dar ao luxo de aliviar a campanha contra o empresário, já que ambos disputam o mesmo segmento do eleitorado: a direita, em especial o bolsonarismo. Embora o prefeito conte com o apoio declarado da família Bolsonaro — inclusive, concorrendo com um companheiro de chapa indicado pelo ex-presidente, o coronel Ricardo Mello Araújo —, os detalhamentos de pesquisa apontam que é nesse grupo que Marçal vem “roubando” eleitores para avançar na corrida.
O instituto Paraná Pesquisas entrevistou 1.500 eleitores na cidade de São Paulo entre os dias 19 e 22 de agosto de 2024. O grau de confiança do levantamento é de 95%, e a margem de erro é estimada em 2,6 pontos percentuais para mais ou para menos.