Nicolás Maduro, Elon Musk e a alfinetada de Carlos Bolsonaro no STF
Filho Zero Dois do ex-presidente Jair Bolsonaro questionou qual será a reação do Judiciário a afirmação do venezuelano sobre as eleições brasileiras
O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho Zero Dois do ex-presidente Jair Bolsonaro e atual candidato a um sétimo mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, provocou o Supremo Tribunal Federal em publicação nas redes sociais. O motivo: a fala do presidente venezuelano Nicolás Maduro sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Na última terça-feira, 23, ao rebater uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a necessidade respeito à decisão do eleitorado, Maduro disse em um comício que a Venezuela “tem o melhor sistema eleitoral do mundo”. “Temos dezesseis auditorias. Em que outras partes do mundo fazem isso? Nos Estados Unidos, é inauditável o sistema eleitoral. No Brasil não auditam um registro. Na Colômbia não auditam nenhum registro”, afirmou.
Carlos Bolsonaro não perdeu a deixa. “Algum inquérito contra Maduro, como fizeram com Musk? Acho que agora vai, mesmo que esteja demorando quando comparado com o que fizeram com Elon. Confia na Venezuela”, postou.
O Zero Dois fazia referência à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de incluir o multibilionário Elon Musk, dono do X e de empresas de tecnologia como a Tesla e a SpaceX, no inquérito das fake news em razão da insinuação de que o magistrado teria “tirado Lula da cadeia e colocado o dedo na balança para eleger” o petista.
Musk também afirmou posteriormente que “deveríamos eliminar as urnas eletrônicas”. “O risco de ser hackeado por humanos ou inteligência artificial embora pequeno, ainda é muito alto”, disse em sua rede social.
Urnas brasileiras são seguras
Ao contrário do que dizem Maduro e Musk, o pioneiro sistema brasileiro de votação eletrônica, utilizado desde 1996, é sim auditável e nunca registrou nenhuma fraude comprovada, apesar das várias insinuações divulgadas pela militância bolsonarista – e pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro – sobre as urnas eletrônicas.
A fixação do ex-presidente com o tema, aliás, rendeu uma das condenações pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornaram inelegível. Foi no processo em que foi considerado culpado de usar o Palácio do Planalto e a estrutura da Presidência da República para reunir diplomatas de vários países e apresentar críticas ao sistema eletrônico de votação do país.