Escolhida para comandar o Ministério dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo falou pela primeira vez, nesta segunda-feira, 9, sobre as acusações de assédio contra seu antecessor, Silvio Almeida, e cobrou a apuração dos casos, além da preservação do sigilo das supostas vítimas. A declaração foi dada Brasília, em frente à sede da pasta, ao lado da ministra interina da pasta, Esther Dweck.
“É muito importante que os órgãos responsáveis façam as apurações devidas. É isso que a gente está encaminhando. Estamos nessa fase de transição, mas a ideia é que a gente possa fazer todo o procedimento. É preciso garantir o direito das pessoas, dos denunciantes. Também é preciso garantir o amplo direito de defesa. E é muito importante que a gente garanta a privacidade e o sigilo sobre os fatos, principalmente daquelas pessoas que foram lesadas”, declarou a jornalistas.
A nomeação de Macaé Evaristo foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta tarde. Ela é deputada estadual pelo PT em Minas Gerais e foi a primeira mulher negra a ocupar o posto de secretária de Educação em Belo Horizonte, entre 2005 e 2012. Também esteve à frente da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação durante o governo de Dilma Rousseff.
Evaristo ainda não assumiu oficialmente o cargo, mas afirmou que já começou os trabalhos e que deve tomar posse na próxima semana. “A minha expectativa é que a gente consiga, da forma mais transparente, dar celeridade às prioridades para que o ministério funcione e dê respostas à sociedade”, disse. “A gente precisa sair desse luto e ir para a luta. Tem muito trabalho para fazer”, acrescentou.
Mortos pela ditadura
A nova ministra também foi questionada sobre as críticas à pasta pela demora para a retomada da Comissão Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, que havia sido extinta pelo governo de Jair Bolsonaro. “Todo mundo tem direito à memória e à verdade, e nosso país precisa dar essa resposta. Se a gente não faz isso de uma maneira muito clara e transparente, nunca vamos avançar. O direito à memória e à verdade fortalecem a democracia. Vamos trabalhar. Não vamos olhar para trás, vamos olhar para frente”, concluiu.