A Justiça de Goiás aceitou nesta terça, 9, a denúncia do Ministério Público e tornou réus dezesseis acusados de manipular jogos de futebol das séries A e B do Campeonato Brasileiro para ganhar vantagem financeira indevida em sites de apostas.
Entre os acusados está o zagueiro Eduardo Bauermann, do Santos. A partir de agora, uma ação penal recém-aberta vai analisar as condutas individuais e coletivas. Após o processo de instrução, os acusados irão a julgamento.
Na última segunda, 8, após séries de conversas entre o jogador do Santos e membros da quadrilha virem à tona com reportagens de VEJA, o clube paulista afastou o zagueiro, que até então vinha rechaçando as acusações. Veja os diálogos aqui.
No despacho, o juiz Alessandro Pereira Pacheco, da 2ª Vara Estadual de Repressão ao Crime Organizado e à Lavagem de Capitais do Estado de Goiás, manteve a prisão preventiva de três dos acusados: Bruno Lopez de Moura, o BL, Thiago Chambó Andrade e Romário Hugo dos Santos. “Entendo que ainda persistem os motivos ensejadores da prisão cautelar, uma vez que presentes os indícios de autoria de delitos graves, consistente em crimes praticados de forma continuada e permanente, havendo ainda prova da materialidade dos delitos e ainda a necessidade da manutenção da prisão cautelar com a finalidade de garantir a ordem pública, a ordem econômica, bem como para a conveniência da instrução processual, deixando evidenciado que a única forma de impedir ou, pelo menos, diminuir a prática de delitos por parte da organização criminosa em investigação, na qual exercem, até o presente momento, papel preponderante, é aplicando a medida cautelar mais gravosa”, disse o magistrado, que determinou a transferência dos três, de São Paulo para Goiás.
Pacheco também autorizou o compartilhamento de provas com as mais diversas esferas públicas e administrativas. “Defiro o requerimento e autorizo o compartilhamento de todas as provas produzidas no curso da presente investigação para fins tanto criminal e cíveis quanto administrativo, funcional e ético-disciplinar, com quaisquer órgãos, com atribuição de fiscalização, investigação ou disciplinar, determinando inclusive o encaminhamento de cópia deste processo à Procuradoria-Geral do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva)”.
Os nomes dos denunciados são: Bruno Lopez de Moura, Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Luís Felipe Rodrigues de Castro, Victor Yamasaki Fernandes, Zildo Peixoto Neto, Thiago Chambó Andrade, Romário Hugo dos Santos, William de Oliveira Souza, Eduardo Gabriel dos Santos Bauermann, Gabriel Ferreira Neris, Victor Ramos Ferreira, Igor Aquino da Silva, Jonathan Doin, Pedro Gama dos Santos Júnior, Fernando José da Cunha Neto e Matheus Phillipe Coutinho Gomes.