O governo do Paraná afirma que a venda da Celepar — empresa estadual de Gestão de Dados — deve economizar 19 milhões de reais por ano aos cofres públicos em salários.
Nesta terça, 12, está prevista a votação do projeto de privatização da Celepar na Assembleia Legislativa do Paraná. O texto foi enviado ao Legislativo estadual pelo governador Ratinho Júnior (PSD) no último dia 4.
Em nota oficial, o Executivo paranaense afirma que a Celepar possui, atualmente, 40 cargos comissionados na folha de pagamento que recebem salários de até 31 mil reais. “A diminuição dessa estrutura é uma das vantagens apontadas pela gestão de Ratinho Júnior para a privatização”, diz o comunicado.
Funcionários e oposição protestam contra venda
O projeto de lei que privatiza a Celepar foi recebido com forte reação negativa por funcionários da estatal, lideranças sindicais e deputados de oposição ao governo estadual.
Fundada em 1964, a Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná é a estatal responsável pela gestão de dados e transformação digital do governo.
Opositores da medida alertam que a venda da Celepar põe em risco o sigilo de um grande volume de dados pessoais da população paranaense, incluindo informações sensíveis como histórico médico e frequência escolar.
Um comitê de trabalhadores da Celepar, em abaixo-asssinado contra a privatização, classifica o projeto de lei como “PL das Milícias Digitais”, devido aos riscos à segurança cibernética dos cidadãos, e ressalta que a estatal gera lucro líquido aos cofres públicos.
Agilidade e parcerias
Na visão do Executivo, a venda deve facilitar as negociações entre a Celepar e outras empresas e agilizar a contratação de outras soluções digitais pela administração estadual.
“A privatização vai trazer mais agilidade para que a Celepar desenvolva parcerias com outras empresas em tecnologias, servindo melhor ao Estado e às suas necessidades. A administração estadual também poderá adotar pregões para contratar de maneira mais ágil ferramentas tecnológicas para auxiliar a gestão e a população”, diz o comunicado do governo do Paraná.