Na primeira vez em que deixou o presídio da Papuda, em Brasília, para trabalhar na Câmara dos Deputados, o deputado federal Celso Jacob (PMDB-RJ) perdeu a viagem. Ele foi o único parlamentar a registrar presença na sessão prevista para as 9h de hoje na Casa, que acabou encerrada por volta das 9h30 por falta de quórum. O Regimento Interno da Câmara prevê que as sessões só podem ser iniciadas no plenário com o mínimo de 51 deputados.
Jacob foi condenado a sete anos e dois meses de prisão em regime semiaberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de falsificação de documento público e dispensa indevida de licitação para construção de creche quando era prefeito do município de Três Rios (RJ), em 2002.
Como ele não teve o mandato cassado, o juiz Valter André Bueno de Araújo autorizou na última terça-feira o parlamentar trabalhar na Câmara nos períodos da manhã e da tarde. Ele deve voltar à Papuda à noite, em finais de semana, feriados e recesso parlamentar.
Com o cancelamento da sessão de hoje, não começou a contar o prazo de dez sessões plenárias para que o presidente Michel Temer (PMDB) apresente aos deputados sua defesa na denúncia feita contra ele pela Procuradoria-Geral da República. A Câmara notificou ontem o presidente a respeito da denúncia, lida no plenário pela deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), segunda-secretária da Mesa Diretora da Casa.