O jogador do Santos Eduardo Bauermann, denunciado no esquema que ficou conhecido como “máfia das apostas”, quer que a Justiça de Goiás anule as investigações do Ministério Público do estado. A alegação é a de que tanto a Justiça quanto o MP goianos não têm competência para investigar e julgar delitos praticados em outros estados. Bauermann é acusado de receber pelo menos 50.000 reais para ser expulso em uma partida de seu time contra o Avaí, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2022.
Na ocasião, o atleta realmente recebeu cartão vermelho, mas o jogo já havia terminado. Com isso, os manipuladores tiveram prejuízo, pois haviam apostado na punição durante o tempo regulamentar. A partir daí, o zagueiro passou a ser perseguido e cobrado pela quadrilha. “Os fatos narrados abrangem atletas que atuam nos mais diversos clubes de futebol espalhados Brasil afora, bem como partidas realizadas em diversos territórios da Federação, tendo em vista que os jogos em questão eram relativos ao Campeonato Brasileiro de Futebol, em suas Séries A e B. Com isso, pelo que se depreende, já é possível concluir ser incompetente o juízo estadual goiano para processar e julgar os fatos, tendo em vista serem interestaduais os fatos delituosos narrados”, afirma a defesa.
Outros argumentos dos profissionais que defendem Bauermann são que o ministro da Justiça, Flávio Dino, pediu para a Polícia Federal investigar esse e outros casos de fraudes esportivas no país, além da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso, ou seja, há mais duas indicações de que os delitos deveriam ser apurados no âmbito federal, não estadual.
Enquanto tenta anular as investigações, os advogados listaram diversas pessoas que deverão ser arroladas como testemunhas do jogador. Uma delas é o técnico do Santos, Odair Hellmann, em um sinal de que o jogador, afastado do elenco devido às denúncias, pode ser reintegrado ao clube após o término de sua suspensão de doze jogos, aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).