A Justiça Militar aceitou denúncia contra o coronel da reserva do Exército Adriano Camargo Testoni, que gravou vídeos xingando generais durante os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília.
Em maio, o Ministério Público Militar ofereceu denúncia contra Testoni pelo crime de injúria, aceita pela juíza Flavia Ximenes Aguiar de Sousa, da 1ª Auditoria Militar de Brasília. “De fato, em tese, a conduta descrita na peça inaugural constitui crime impropriamente militar, nos termos do artigo 9º, inciso II, alínea ‘a’, do Código Penal Militar. Assim, presentes os requisitos objetivos e subjetivos para a propositura da ação penal militar, recebo a denúncia oferecida”, diz a decisão.
Testoni trabalhava como assessor da Divisão de Coordenação Administrativa e Financeira do Hospital das Forças Armadas em Brasília. Nas imagens divulgadas durante a invasão aos prédios da Praça dos Três Poderes, o coronel aparece gritando, de camiseta verde e amarela, e ofende o Alto Comando do Exército. “Forças Armadas filhas da p…, bando de generais filhos da p…, vanguardeiros de merda. Covardes. Olha o que está acontecendo com a gente. Freire Gomes (ex-comandante do Exército), filho da p… Alto Comando do c… Vão tudo tomar no c…”, diz.
Segundo a denúncia, ele também xingou seus superiores hierárquicos, os generais Carlos Duarte Pontual de Lemos, Cristiano Pinto Sampaio e Pedro Celso Coelho Montenegro, em outros dois vídeos enviados em grupos de WhatsApp. O coronel foi exonerado em janeiro.