O governo do Amapá elaborou um plano nesta segunda-feira, 9, para impedir que as eleições municipais sejam adiadas em função do apagão que atinge 14 das 16 cidades do estado e que já dura sete dias. A administração do governador Waldez Góes (PDT) não trabalhará com a hipótese de cancelamento do pleito. Para garantir o funcionamento das urnas, a sede operacional do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) foi incluída na lista de locais prioritários para receber energia elétrica em meio ao rodízio pelo qual passa a capital Macapá. Assim como os hospitais, a sede do TRE não terá o fornecimento de luz interrompido em nenhum momento. As baterias das urnas serão todas carregadas para eleição deste domingo, 15, nas dependências do prédio.
A decisão de não realizar a eleição cabe ao TRE do Amapá. Por ora, a posição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é apoiar as autoridades amapaenses para manter a data do pleito inalterada. O TSE também informou aos candidatos que irá enviar baterias extras para garantir a realização do processo de votação. As eleições municipais deste ano deveriam ter ocorrido em todo país durante outubro, mas foram transferidas para novembro em função da pandemia de Covid-19.
Dois dos principais candidatos na disputa à prefeitura de Macapá defenderam o adiamento da eleição. O ex-senador João Capiberibe (PSB) e o deputado estadual Doutor Furlan (Cidadania) são favoráveis à transferência do pleito para outro dia. Capiberibe está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, com 15%, enquanto Furlan ocupa a terceira colocação, com 11%. O líder nos levantamentos é Josiel Alcolumbre (DEM), irmão e suplente do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM). Josiel está com 31% das intenções de votos e conta com o apoio do governador Waldez Góes e do prefeito de Macapá, Clécio Luis (sem partido), para se eleger na cidade.
Aliados da família Alcolumbre avaliam que o apagão pode provocar danos para a campanha de Josiel, mas minimizam o impacto eleitoral em função do papel que Davi desempenhou junto ao governo federal para buscar uma solução para a crise. O governo estadual afirma que o fornecimento de energia elétrica voltou de forma parcial e abrange cerca de 60% a 70% da população atingida. Um rodízio de seis horas foi estabelecido para as áreas que sofrem com falta de luz para garantir a retomada da distribuição de energia, mas moradores reclamam do planejamento e dos horários escolhidos para o fornecimento.
O apagão teve início após um raio provocar um incêndio numa subestação de distribuição de energia. A normalização plena do serviço permanece incerta. O Ministério de Minas e Energia prevê que ela deve ocorrer somente no fim de semana que vem, sem, no entanto, precisar uma data.